O advogado Jeffrey Chiquini, que representa a família de Ana Paula Campestrini, morta em 22 de junho de 2021, no bairro Santa Cândida, em Curitiba, afirmou que o celular da mulher foi destruído, o que pode fazer com que o caso ganhe mais um capítulo. O aparelho teria sido entregue à esposa de Marcos Antonio Ramon, que foi condenado a mais de 28 anos pela execução do crime, e desapareceu.

A assistência de acusação pretende ir à polícia entender o que de fato aconteceu com o aparelho telefônico pessoal da vítima e verificar um possível caso de apropriação indébita.

ana paula campestrini
Ana Paula Campestrini. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Segundo os advogados que representam a família de Ana Campestrini, o aparelho celular foi apreendido durante o inquérito policial e, posteriormente, periciado pelo Instituto de Criminalística (IC). O resultado da perícia foi usado no processo judicial e exposto durante o júri, que aconteceu em fevereiro deste ano e também terminou com a condenação de Wagner Oganauskas, ex-marido de Ana Campestrini, a 25 anos de prisão.

Após o júri, os advogados solicitaram a devolução do aparelho celular à família de Ana Campestrini. O telefone, de acordo com os representantes da família, ficou sob custódia da Justiça e foi retirado por um antigo representante do atirador (Marcos Antonio Ramon). Em seguida, o aparelho teria sido entregue à esposa de Ramon.

Uma certidão do cartório onde o celular esteve sob custódia, documento do qual a Banda B teve acesso, confirma que o aparelho foi entregue ao antigo defensor do acusado. Além disso, é citado que a ação foi feita por um equívoco.

No mesmo momento, esta servidora verificou que já havia decisão determinando a restituição dos bens apreendidos e que o referido celular tinha sido devolvido em março do corrente ano, ao (…), à época defensor do acusado Marcos Antônio Ramon. Certifico, ainda, que analisando os Autos verifiquei que o mencionado bem de fato pertencia à vítima (…) e que, por equívoco, o celular foi entregue ao antigo advogado do réu Marcos.

Em nota, a defesa de Ana Campestrini se posicionou que, além da polícia, também irá pedir que o Ministério Público do Paraná (MPPR) analise o caso. A defesa também lamentou que a família de Ana Campestrini não tenha mais acesso aos momentos, informações e lembranças pessoais dela.

Além de morta pelo ex-marido, apenas por lutar por seus direitos patrimoniais na partilha de bens, [Ana Campestrini] teve seu último bem apropriado indevidamente.

diz trecho da nota enviada pelo advogado Jeffrey Chiquini.

Espaço Banda B – advogado que representou Marcos Antônio Ramon

A Banda B procurou o antigo representante de Marcos Antônio Ramon para obter um posicionamento sobre o caso. Em nota, o advogado afirmou que “qualquer esclarecimento sobre o destino destes bens devem ser questionado aos familiares”. Leia o texto na íntegra, abaixo.

Primeiramente, cabe esclarecer que o Advogado Vicente Bomfim não faz parte do corpo jurídico do escritório do Dr. Elias Mattar Assad, como foi pontuado inclusive no julgamento e que a defesa de Marcos foi patronicada pelo escritório Pellizzaro e Bomfim advogados associados.

Quanto ao processo, pontua-se que o escritório Pellizzaro e Bomfim advogados associados não atua mais na defesa de Marcos Ramon, de forma que não tem mais contato com o Acusado ou sua família, assim como não tem mais acesso ao processo criminal em razão de sua natureza sigilosa.

Quanto à suposta questão do celular, todos os aparelhos e bens restituídos foram entregues pela própria vara criminal, certificados em documentos, e repassados para a família da mesma forma e na mesma embalagem em que foram entregues pelo órgão judicial, assim, qualquer esclarecimento sobre o destino destes bens devem ser questionado aos familiares.

É a nota. Curitiba 06 de outubro de 2023

ex-advogado de Marcos Antônio Ramon.

Espaço Banda B – Família de Marcos Antônio Ramon

O espaço da Banda B também está aberto para que a família de Marcos Antônio Ramon comente o caso.