Durante o cumprimento do mandado de prisão contra um homem, de 36 anos, suspeito dos crimes de produção de pornografia infantojuvenil e estupro de vulnerável, a Polícia Civil localizou na residência dele brinquedos novos e usados, que, segundo a investigação, eram utilizados para atrair crianças, além de acessórios sexuais comprados em sex shop.

O imóvel, de acordo com a polícia, estava em situação de extrema desordem e repleto de lixo. “Foi uma cena grotesca. Havia muitos artefatos que provavelmente eram usados com as crianças. É uma situação absurda, que reforça a necessidade de atenção redobrada dos pais e responsáveis quanto ao comportamento e com quem os filhos convivem”, disse o delegado Thiago Lima, responsável pela investigação.

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Foto: Divulgação/ Polícia Civil do Paraná

A ação policial aconteceu nesta quinta-feira (9), no bairro Tatuquara, em Curitiba, e é um desdobramento de uma operação nacional deflagrada em fevereiro deste ano contra consumidores de material de abuso infantil na internet.

De acordo com o delegado, nos materiais apreendidos, a polícia encontrou vídeos nos quais o investigado comete abuso sexual contra uma vítima menor de idade, acompanhado de outro indivíduo.

“De um desses materiais, extraímos um vídeo que aparecia dois abusadores de uma criança, de aproximadamente 11 anos. O áudio do vídeo aparentava português brasileiro. Diante disso, identificamos um dos homens que aparece de relance no vídeo, e um pedaço de uma tatuagem. Investigamos e solicitamos ao Poder Judiciário a prisão temporária e busca e apreensão”

explicou Lima.

No cumprimento, os policiais confirmaram a identidade do homem por meio de dados biométricos, da tatuagem e até da roupa de cama que aparecia na gravação.

“O outro abusador ainda não foi identificado. Ele não aparece no vídeo, mas a investigação vai prosseguir para tentar identificar. O fato é que essa pessoa presa hoje realmente aparece no vídeo abusando da criança”

disse o delegado.

Computadores e celulares do suspeito também foram apreendidos. Ele não possuía antecedentes criminais.

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Foto: Divulgação/ Polícia Civil do Paraná

Rede de compartilhamento

O vídeo foi rastreado em plataformas de mensagens e redes de compartilhamento utilizadas por criminosos. Embora não tenha sido identificado um elo direto entre o suspeito preso e organizações maiores, a polícia afirma que a gravação acabou sendo distribuída amplamente na internet, alimentando o mercado ilegal de pornografia infantil no Brasil e no exterior.

“A produção desse material fomenta crimes em todo o mundo. Por sorte, conseguimos chegar até esse criminoso e impedir que continuasse abusando da criança. Agora o trabalho prossegue para identificar o outro abusador e possíveis novas vítimas”

afirmou o delegado Thiago Lima.