Uma ação ousada de atiradores assustou moradores de um condomínio residencial da Rua Carolina Castelli, no bairro Novo Mundo, em Curitiba, na madrugada desta sexta-feira (3). O apartamento onde Lucas Mendes Alcântara, 28 anos, estava foi invadido e ele foi morto a tiros. Criminosos gritaram “é polícia” antes de matar o rapaz.

Foto: Eliandro Santana/Banda B.

A ação aconteceu por volta das 4h. Segundo a delegada Camila Cecconello, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), quatro homens armados chegaram em um carro e pararam em frente ao portão, mas o porteiro não abriu de imediato porque não os reconheceu como moradores.

“O motorista colocou então um giroflex no veículo, o porteiro mesmo assim esperou que se identificassem como supostos policiais, também não se identificaram e o porteiro também não abriu. Eles saltaram do carro em quatro, todos armados com arma longa, vestidos de preto com balaclava, só os olhos aparecendo, luvas pretas e sacos pretos nos pés, todos portando armas longas. Eles falaram que é polícia, o porteiro é obrigado a abrir o portão”. 

disse a delegada Camila Cecconello, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)

No momento em que o carro passou, um dos rapazes foi até a guarita e determinou que o porteiro entregasse a tag que abriria a porta do bloco 1. 

“O rapaz ficou segurando o porteiro para que ele não avisasse ninguém. Depois de um tempo ouviu disparos de arma de fogo, os atiradores correram, buscaram o que estava rendendo o porteiro e fugiram”.

contou a delegada Camila Cecconello, da DHPP

Momento do crime 

Segundo a polícia, foram pelo menos 25 estojos de pistola encontrados no local do crime, o que indica vários tiros direcionados a Lucas. A namorada dele, que seria a responsável pelo apartamento, estava no imóvel, mas não presenciou a cena.

“Ela estava junto e relata que arrombaram a porta dizendo que era polícia. O Lucas acordou, disse que ela ficasse no quarto. Ele foi para a sala e, no que se aproximou, efetuaram vários disparos sem dizer nada. Só disseram ‘é polícia’”. 

detalhou a delegada Camila Cecconello, da DHPP

As investigações iniciais apuraram que Lucas não morava no apartamento, mas estava por ali há pelo menos um mês. 

“O Lucas estava há cerca de 30 dias no apartamento, começou a namorar uma menina que morava ali e estava dormindo periodicamente no apartamento”. 

contou a delegada Camila Cecconello, da DHPP

Os tiros assustaram não só o porteiro, como todos os moradores do condomínio.

“Os moradores estavam bem assustados, o porteiro estava bem assustado. Foi uma ação bem ousada desses criminosos e a gente não vai medir esforços para conseguir desvendar a autoria desse crime”. 

comentou a delegada Camila Cecconello, da DHPP
Foto: Eliandro Santana/Banda B.

Investigações 

O rapaz, segundo o que a DHPP já apurou, tinha histórico criminal. O crime pode ter ligação com esse passado dele.

“Ele tem histórico criminal de roubo, também de receptação, tem informação de que ele poderia estar envolvido com tráfico de entorpecentes, então agora nossas investigações continuam para averiguarmos quem eram essas pessoas”. 

contou a delegada Camila Cecconello, da DHPP

Para a polícia, ficou claro que os atiradores não eram policiais. Apesar disso, até essa possibilidade vai ser apurada.

“Acreditamos que não sejam policiais, mas todas essas opções estão sendo investigadas e a gente pede para a população que tem medo de denunciar, mas que tenha informação, denuncie anonimamente”. 

pediu a delegada Camila Cecconello, da DHPP

O disque-denúncia da DHPP atende pelo telefone 0800-643-1121.