Uma mulher norte-americana foi resgatada, com seus sete filhos, de uma situação de cárcere privado imposta pelo próprio marido, que é brasileiro e também é pai das crianças, na zona rural de Pirenópolis, em Goiás.
A vítima, de 36 anos, relatou que o marido, de 43 anos, a impedia de sair de casa. A mulher contou em depoimento que o homem adotou esse comportamento possessivo há alguns meses, quando passou a impedir que ela saísse de casa até mesmo para atividades corriqueiras, como ir ao supermercado ou à farmácia, segundo informações da Polícia Civil de Goiás.
Ela aproveitou a ida do homem até Goiânia e pediu ajuda para um vizinho, que acionou a polícia. Ela e os filhos foram acolhidos por uma moradora da cidade.
A americana vive no Brasil com o marido há cerca de 10 anos. Ela trabalha de forma remota para uma empresa com sede em seu país de origem, porém o pagamento é feito em uma conta-corrente do companheiro, que administra os recursos financeiros da família.
Filha mais velha do casal tem 12 anos e o mais novo tem quatro. Conforme a polícia, as crianças frequentavam a escola, mas eram proibidas de interagir com outros estudantes e não tinham permissão para frequentar a casa dos colegas.
Após o resgate e depois do depoimento da vítima e de uma testemunha, o homem foi localizado e preso em flagrante na terça-feira (24). Ele foi autuado pelo crime de cárcere privado, mas a polícia também apura a suspeita de estupro marital, além de agressão contra os filhos.
Ele foi encaminhado ao presido de Anápolis e está à disposição da Justiça. Como ele não teve a identidade divulgada, o UOL não conseguiu localizar sua defesa para pedir posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 -Central de Atendimento à Mulher- e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.