O caso brutal, que terminou com a morte de Diego Pereira Monteiro, de 33 anos, a pedradas, na madrugada de domingo (12), em Cascavel, no Oeste do Paraná, ganhou contornos ainda mais chocantes nesta segunda-feira (13). O tenente-coronel Divonsir de Oliveira Santos, comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar, revelou que a adolescente de 14 anos envolvida na ocorrência afirmou ter sido agenciada pela própria mãe para a prostituição — e que o autor do homicídio a teria “acolhido” quando ela tinha apenas 13 anos.

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Foto: Ilustrativa/PMPR.

Segundo o oficial, a PM foi chamada inicialmente para atender um caso de violência doméstica, que evoluiu rapidamente para um homicídio brutal. “O oficial CPU relatou que um terceiro tentou intervir na briga e acabou sendo atingido por uma pedra. O autor consolidou o homicídio desferindo mais golpes”, explicou o tenente-coronel.

Após a prisão do suspeito, de 22 anos, a adolescente fez um relato estarrecedor aos policiais. As informações são do portal CGN, parceiro da Banda B.

“Ela contou que a mãe a vendeu para se prostituir, e que já teria irmãos que passaram por isso. Disse que o pai é envolvido com drogas e que o homem preso a acolheu há cerca de um ano, quando ela tinha 13”

detalhou Divonsir.

A PM tentou acionar o Conselho Tutelar Leste, responsável pelo plantão da região, mas o conselheiro se recusou a comparecer ao local, mesmo após ser informado da gravidade do caso.

“Ele alegou que seria necessário contatar a família antes, mas explicamos que a família era totalmente desestruturada. Mesmo assim, ele se negou a ir. O oficial então registrou tudo em boletim”

afirmou o comandante.

Diante da omissão, a Polícia Militar (PM) deve encaminhar ofícios ao Ministério Público e a outros órgãos competentes, cobrando providências e diretrizes formais sobre como proceder em casos semelhantes.

“A PM garante a segurança, mas não tem atribuição de guarda. Precisamos saber para quem pedir socorro quando ocorrer esse tipo de situação”

ressaltou Divonsir.
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Foto: Reprodução/CGN.

O autor do crime foi preso em flagrante por homicídio qualificado. Já as denúncias de estupro e exploração sexual serão analisadas pela Justiça. “Eles convivem há cerca de um ano. Essa parte caberá ao juiz avaliar”, completou o oficial.

Confusão com o Conselho

A PM também está preparando um relatório sobre a falta de atuação do Conselho Tutelar em ocorrências graves. O documento será enviado ao Ministério Público. “Já tivemos outras situações semelhantes. Precisamos de respostas”, concluiu o comandante.

O Conselho Tutelar, por sua vez, enviou um ofício à PM pedindo informações sobre o caso — incluindo os nomes dos envolvidos e dos policiais que atenderam a ocorrência. Um inquérito deve ser instaurado para apurar todos os fatos.