Os pais de uma estudante do Colégio Estadual Cívico-Militar Getúlio Vargas registraram uma denúncia em uma delegacia de Curitiba após a filha supostamente ser agredida por uma colega, de 18 anos, nas dependências da instituição nesta segunda-feira (18). A aluna suspeita pelas agressões foi afastada pela instituição e deverá ser transferida.
À Banda B, a enfermeira Gisele Cordeiro de Lara afirmou que o episódio aconteceu durante o intervalo, pela manhã. A filha dela, de 15 anos, teria sido agredida com socos e chutes. Algumas imagens das lesões que teriam sido provocadas pelas agressões foram obtidas pela reportagem (veja abaixo).
“Minha filha fez o aniversário de 15 anos no último final de semana e vários colegas vieram. Essa menina já provoca o grupo de amigos da minha filha há tempos. Ela tem até uma lista de meninas que queria agredir. Hoje [segunda-feira, 18], ela e o amigos estavam no intervalo comentando sobre a festa, e essa menina passou provocando”, iniciou Gisele.
Após ser provocada, diz a mãe, a menina teria afirmado à jovem que é menor de idade. “Ela disse: ‘Tudo bem! Você quer brigar comigo, brigue. Eu sou menor de idade e você, maior. Dá cadeia.'” As agressões teriam começado após a fala da estudante, que foi levada pelo pai até o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) da Polícia Civil, onde a mãe diz que a filha sequer foi ouvida.
“O pai da minha filha, que é policial militar, foi acompanhar ela na delegacia. A agressora foi encaminhada à UPA porque estava com dor no joelho, machucada. Direitos humanos é para vagabundo. Minha filha ficou das 11h até 16h na delegacia e não foi medicada nem ouvida”, disse Gisele, em tom de revolta.
De acordo com ela, um termo circunstanciado foi lavrado na delegacia. O documento é um registro de um fato tipificado como infração de menor potencial ofensivo, ou seja, os crimes de menor relevância. A audiência, contudo, teria sido marcado apenas para novembro.
“Mas e se minha filha for agredida de novo ou acontecer algo pior? Como a delegacia vai se responsabilizar? Vamos entrar com um processo contra essa menina e registrar denúncia na ouvidoria da Polícia Civil porque nem ouviram o depoimento da minha filha. A vítima não tem voz, mas o agressor, sim. Falaram que não foi flagrante. Como não? Uma menina de 18 anos agride uma de 15 dentro de uma escola cívico-militar e dizem que não é um flagrante?”, protestou a enfermeira.
A adolescente supostamente agredida deverá passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) na próxima sexta-feira (22). A identidade da suposta agressora não foi revelada e, portanto, a reportagem não conseguiu contato com ela.
O que diz a Polícia Civil
Procurada pela Banda B nesta terça-feira (19), a Polícia Civil informou que o caso foi encaminhado ao Nucria devido ao envolvimento de uma menor de idade e que o termo circunstanciado foi lavrado porque trata-se de um caso de “infração de menor potencial ofensivo”. Leia a nota na íntegra abaixo:
“A vítima foi atendida na Central de Flagrantes da Capital, tendo a autoridade policial encaminhado o caso ao Nucria por se tratar de situação que envolvia menor de idade, ambiente este que possui atendimento especializado.
Foi lavrado um termo circunstanciado diante do caso tratar-se de uma infração de menor potencial ofensivo.
Na sequência foi emitida a guia para o exame de corpo de delito e marcadas as oitivas dos envolvidos, as quais já foram realizadas esta manhã.”
O que diz a Seed
A reportagem também entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná (Seed) para comentar o caso. Em nota, a pasta disse que o Batalhão da Patrulha Escolar Comunitária (Bpec) foi acionado e que os pais das estudantes foram notificados e compareceram à instituição para acompanhamento da situação.
A secretaria também afirmou que a aluna suspeita de agredir a adolescente deve ser transferida para outra escola e que ela já foi afastada do Colégio Estadual Cívico-Militar Getúlio Vargas. Veja a nota abaixo:
“Uma aluna do ensino médio do Colégio Estadual Cívico-Militar Getúlio Vargas, bairro Cachoeira, em Curitiba foi ferida por uma colega na manhã desta segunda-feira (13). Segundo a direção da escola foi registrada uma discussão entre as colegas, na qual a agressão teria acontecido. Assim que foi notificado, o corpo diretor da escola acionou o Batalhão da Patrulha Escolar Comunitária (Bpec), que conduziu lavratura de Boletim de Ocorrência e, em seguida, encaminhou as estudantes à sede do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), para realização dos procedimentos cabíveis.
Os pais das estudantes foram notificados e compareceram à instituição para acompanhamento da situação. A aluna ferida foi encaminhada para unidade policial. Em relação à aluna responsável pela agressão, a escola informou que um pedido de transferência da mesma para outro colégio foi solicitada pelos familiares, tendo sido a aluna agressora afastada das aulas na instituição já nesta terça-feira (19).”