Luís Felipe Messias Costa, 29, réu confesso pelo assassinato do namorado, Onírio Carlos Silvestre, 59, foi condenado pelo Tribunal do Júri de Curitiba nesta segunda-feira (17) a 20 anos e sete meses de prisão em regime fechado. Silvestre foi morto a facadas no dia 15 de dezembro de 2021, no apartamento em que vivia, na região central de Curitiba.
Durante o julgamento, que durou cerca de cinco horas, imagens do corpo do professor – as quais estão anexadas ao processo – foram apresentadas ao jurados. Em um delas, Silvestre aparece com uma faca cravada no peito e um pano na boca.
“A leitura da sentença é um pouco extensa, razão pela qual eu dispenso a leitura integral e passo direto ao item 2, fundamentação. […] Uma condenação por homicídio qualificado e também por furto majorado. Mantém-se a prisão preventiva decretada, bem como se determina o início imediato do cumprimento da pena”, decidiu o juiz.
A defesa pode recorrer da decisão.
O caso
O corpo de Onírio Carlos Silvestre foi encontrado em avançado estado de decomposição no dia 19 de dezembro de 2021, cerca de quatro dias depois do assassinato. Ele estava sobre uma casa em seu apartamento, com uma faca cravada no peito e um pano dentro da boca.
No dia em que o cadáver foi encontrado, após vizinhos arrombarem a porta, a delegada Tathiana Guzella, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), revelou que a suspeita era de que o crime possuía indícios passionais.
Um dia depois, a Polícia Civil divulgou imagens de câmera de segurança que mostravam o professor acompanhado do até então suposto namorado. No registro, os dois aparecem em um elevador.
Luis Felipe Messias Costa teve sua imagem divulgada pela polícia poucos dias depois do início das investigações, quando passou a ser considerado foragido. A DHPP apurou que o réu e o professor viviam em um relacionamento havia cerca 3 anos.
Costa teria cometido o crime e fugido para Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, além de ter furtado cartões de crédito, celular e o carro da vítima – crime pelo qual ele também foi condenado nesta segunda-feira (17).
“Devido ao depoimento de testemunhas, acreditamos que havia uma exploração financeira de longa data no casal. O autor morava em Ponta Grossa e vinha para Curitiba sempre às custas da vítima. Ele era usuário de drogas e furtava a vítima com frequência”, afirmou Guzella em dezembro de 2021.
Luís Felipe teria trancado o apartamento de Onírio para que ninguém pudesse ter acesso ao corpo. Ele também pichou na parede do quarto do professor a frase “I Love You” (eu te amo, em tradução livre).
No dia 22 de dezembro, Luís Felipe Messias Costa foi preso em Ponta Grossa. Durante depoimento, ele confessou o assassinato e também revelou ter vendido o carro da vítima, um Chevrolet Onix, por R$ 600.
“Ele teria pedido R$ 500 no veículo, mas a pessoa que comprou achou baixo e pagou R$ 600”, contou a delegada durante entrevista coletiva à imprensa.
No mesmo dia da prisão, o automóvel foi encontrado totalmente incendiado e destruído.
