Um homem, de 39 anos, morreu baleado por agentes da Guarda Municipal (GM) após agredir a esposa com um facão e supostamente reagir a uma abordagem, na manhã desta quarta-feira (25), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba (PR). O suspeito foi identificado como Gilmar Cristian de Almeida.
De acordo com o coordenador da GM do município, a equipe foi chamada até a rua Bico-de-Lacre, no bairro Capela Velha, por vizinhos que ouviram a vítima das agressões pedindo por socorro. O suspeito teria ameaçado e agredido a esposa com um facão e um tronco de árvore.
“Ela fugiu, mas ele conseguiu alcançá-la e a arrastou para dentro da casa. Ela começou a pedir socorro e os vizinhos acionaram a guarda. Na chegada da Guarda Municipal, os vizinhos apontaram onde era a casa e os guardas ouviram os pedidos de socorro. Ao tentar socorrer ela, a equipe foi recebida com um facão, revidou a injusta agressão e ele veio a óbito”, disse Felipe.
O suspeito foi atingido por um tiro na região do tórax e morreu antes da chegada de uma ambulância. “Ele já tinha colocado o facão no pescoço dela e agredido ela com o facão. Quando a equipe tentou intervir na agressão, ele passou a mão no facão para atacar a equipe”, acrescentou o coordenador da corporação.
Segundo Felipe, a mulher, de 23 anos, já havia sido agredida em outras ocasiões, mas nunca denunciou o marido. Ele estaria sob efeito de cocaína e acusado a esposa de traí-lo quando houve o crime.
À Banda B, a esposa de Gilmar disse que ele chegou em casa por volta de 5h da manhã e feito as acusações contra ela.
“Ele me agrediu com um facão e queria me matar, falando que eu tinha traído ele. Ele saiu me arrastando e eu consegui fugir. A polícia [Guarda Municipal] chegou e deu um tiro nele. Ele era um marido perfeito, mas o problema era quando ele bebia e usava drogas. Ele chegou alterado e colocou na cabeça que eu tinha traído ele”, afirmou a esposa.
A vítima, contudo, disse que Gilmar não estava armado com o facão quando os agentes entraram na casa. “Ele só ergueu os braços [para se render] e o policial deu um tiro nele”, alegou ela antes de revelar ter sido “bastante machucada” pelo suspeito.
“Se fosse para dar um tiro, deveriam ter atirado na perna, no braço… Eu queria que ele estivesse aqui. Ele queria ser internado e mudar. Eu vou embora. Eu nunca pedi medida protetiva. Ele era um ótimo marido, mas o defeito era o vício”, afirmou, sob choro.
Um outro familiar do homem criticou a atuação dos guardas municipais devido ao tiro disparado contra Gilmar. “A polícia de Araucária é treinada para isso? Chegar e meter o pé na porta? O cara estava ameaçando a mulher dele? Tava lá? Eles deveriam chegar lá, deter ele, levar preso, ela ir embora e se separar”, declarou ele.
O coordenador da GM, porém, disse à Banda B que a distância entre os guardas e o suspeito era de aproximadamente um metro e não daria tempo de trocar de arma.
“Nós temos as pistolas de choque, mas a distância era curta e nossa vida não pode ficar em risco. As pistolas de choque, teasers, às vezes falha. Ela não é 100%. O padrão da abordagem é com arma de fogo. A distância era de um metro. Não tinha tempo para trocar de armamento”, concluiu.