Por Felipe Ribeiro e Antônio Nascimento

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Se aproveitando de um momento de fraqueza familiar, uma quadrilha é investigada por aplicar golpes dentro de hospitais de Curitiba e região metropolitana. A denúncia foi feita no Facebook pelo Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, após registro de alguns questionamentos de pessoas com familiares internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Supostos médicos estariam entrando em contato com essas pessoas e cobrando por exames já cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Em entrevista à Banda B nesta terça-feira (16), uma vítima que não quis se identificar, contou que perdeu R$ 1,5 mil na tentativa de adiantar os exames. “Assim que recebemos a ligação que passava um diagnóstico detalhado do meu pai, ficamos muito preocupados. A pessoa afirmou que o exame deveria ser feito com urgência e que o SUS levaria de dez a quinze dias para o procedimento. Nisso fizemos o depósito com a intenção de salvar ele”, relatou.

No alerta, o Angelina Caron diz que os criminosos agem sempre da mesma maneira e colocam a condição como condicionante para que o hospital possa seguir com o tratamento. “Quando nos procuraram, já achamos que poderia ser golpe, uma vez que o hospital não faz nenhuma ligação e todo tratamento do SUS é gratuito. Pelo menos cinco pessoas teriam sido vítimas nos últimos dias”, disse o responsável pela Ouvidoria do hospital, Ari Feijó.

Na capital, há registro de golpe semelhante no Hospital Santa Cruz, que também está tomando medidas para auxiliar na identificação dos suspeitos.

Rastreamento

Segundo o delegado Wallace de Oliveira Brito, da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC), alguns boletins de ocorrência já foram registrados e o foco no momento é o rastreamento das ligações feitas pelos golpistas. “É uma investigação difícil, já que as ligações ocorrem à distância, da mesma forma que o falso sequestro. Estamos verificando modos de agir, mas é tudo muito amplo”, explicou.

O delegado acredita que o golpe possa envolver pessoas que circulem no ambiente hospitalar ou que possuam informações privilegiadas. Feijó, por sua vez, descarta a participação de funcionários. “Como pegaram dados de outros locais, provavelmente são informações de um local maior”, afirmou.

A orientação para todos os familiares é que não façam depósitos a partir de telefonemas e sempre busquem mais informações sobre o procedimento.

Qualquer informação ou denúncia pode ser repassada à DEDC pelo telefone (41) 3365-3748.

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Quadrilha suspeita de aplicar golpes em pacientes internados na UTI é procurada pela polícia

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