O número de pessoas em situação de pobreza ou extrema pobreza cresceu 58% em dez anos na Região Metropolitana de Curitiba, segundo dados levantados em estudo da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul.

Foto: Rafael Silva/SMCS

“Em valores de 2021, a linha de pobreza é de aproximadamente R$ 465 e a linha de extrema pobreza de aproximadamente R$ 160. Ou seja, moradores de domicílios cuja renda per capita se encontra abaixo de tais valores serão classificados como pobres e/ou extremamente pobres”, cita o estudo.

Em 2012, eram 308.873 mil pessoas na linha de pobreza, agora são 479.895. Já na linha de extrema pobreza, eram 52.957 há dez anos, contra 91.941 agora.

Um dos motivos que pode explicar o aumento é a intensa crise econômica vivida pelo país desde 2014.

A queda de rendimento dos mais pobres entre 2014 e 2021 se verifica em todas as Regiões Metropolitanas do país. Em Curitiba, ela caiu de R$ 714 para R$581.

Estudo

A nona edição do Boletim – Desigualdade nas Metrópoles levantou dados preocupantes sobre a situação da pobreza em todas as metrópoles brasileiras.

Entre 2014 e 2021 a taxa de pobreza subiu de 16% para 23,7% no país, o que em termos absolutos se traduziu em uma elevação de 12,5 milhões para 19,8 milhões de pessoas. Ou seja, em apenas sete anos 7,2 milhões de pessoas entraram em situação de pobreza nas metrópoles brasileiras. Em relação à extrema pobreza, no mesmo período a taxa mais do que dobrou, variando de 2.7% para 6.3%. Em termos absolutos, foi um aumento de 2,1 para 5,2 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza nas nossas grandes cidades.

O estudo é fruto de uma parceria entre a PUCRS, o Observatório das Metrópoles e a RedODSAL. Os dados utilizados são provenientes das PNADs Contínuas anual, (acumulados na 5ª visita), do IBGE, e dizem respeito à renda domiciliar per capita total. O recorte utilizado no estudo é o das 22 principais áreas metropolitanas do país, de acordo com as definições do IBGE. Todos os dados estão deflacionados para o ano de 2021, de acordo com o IPCA.