As fortes chuvas dos últimos meses têm gerado transtornos em toda Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Na Vila Mariano Torres, em Campo Largo, os moradores relatam que a água sobe rápido, na maioria das vezes durante a madrugada, pegando a todos de surpresa. 

De acordo com eles, a situação teve início recentemente – em outubro de 2023 – e na madrugada de quinta-feira (23), o volume de água foi o maior já visto, gerando prejuízo e perda de móveis e eletrodomésticos. Veja os vídeos abaixo.

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Foto: Reprodução/Colaboração/Moradores.

Dayane Maria contou que, na madrugada de quinta-feira, o volume de água foi muito maior. Ela disse que recentemente reformou a casa, ergou o piso em aproximadamente 20cm, fechou uma porta, e a família estava tranquila achando que a água não ia mais entrar, mas não, foi surpreendida.

“Nas outras vezes não tinha nem entrado nos cômodos, desta vez chegou a entrar nos quartos. Eu aproveitei que eu ergui o piso e coloquei porta nova, perdi as portas porque com a água incha tudo, entre os outros móveis. Não deu pra levantar geladeira, não deu pra fazer nada. Quando a gente acordou, por volta das quatro e pouco da manhã, a gente já estava no meio da água”

conta Dayane Maria, psicóloga moradora da Vila Mariano Torres.

Ainda segundo Dayane, a prefeitura foi procurada por eles, e informou aos moradores que está fazendo um estudo de contenção de enchentes na região.

Também morador da Vila Mariano Torres, o motorista José Roberto, relata o desespero frente aos quatro alagamentos vividos desde 12 de outubro, primeiro registro de enchente feito por eles.

“E a gente está perdido. Imagina quatro enchentes em um mês, a gente não sabe mais o que fazer. Sem contar que a gente vai acabar até perdendo emprego, porque da enchente na casa da gente e a gente não consegue ir trabalhar”

relata José Roberto.

De acordo com os moradores, as enchentes ocorreram nas ruas Presidente Campos Sales, Presidente Prudente de Moraes, Salgado Filho e nas estradas Figueiredo e do Galarda, nesta última, deixando moradores ilhados.

O que diz a prefeitura?

Através de nota, a Prefeitura de Campo Largo informou que “está ciente destas situações e que elas foram atendidas de imediato” e também que “a Defesa Civil do município fez registros das áreas alagadas em todas as regiões citadas, e reportou a presença de muita lama e vários pontos com lixo descartado incorretamente, o que contribui para o alagamento”.

A Prefeitura conclui que “será aberto um processo interno para avaliação dos técnicos das Secretarias Municipais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano”.

Veja a nota na íntegra:

A prefeitura de Campo Largo informa que sim, está ciente destas situações e que elas foram atendidas de imediato, ainda na madrugada de 23/11, pelo Corpo de Bombeiros. O registro é de que algumas famílias foram retiradas das casas e ficaram na casa de parentes. Também a Defesa Civil do município fez registros das áreas alagadas em todas as regiões citadas, e reportou a presença de muita lama e vários pontos com lixo descartado incorretamente, o que contribui para o alagamento. Estes dias de alto volume de chuvas têm o monitoramento constante dos rios do município, e é preciso levar em conta que, só na noite de ontem (22/11), foram 62 mm de chuva, volume muito alto. Será aberto um processo interno para avaliação dos técnicos das Secretarias Municipais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano.