Por Denise Mello

tc bonilhaPresidente do TC, Ivan Bonilha, em entrevista à Denise Mello e Adilson Arantes na Banda B – Foto: Bruno Henrique

O presidente do Tribunal de Contas do Paraná (TCE), Ivan Bonilha, disse hoje (26), em entrevista ao vivo no Jornal da Banda B, que o flagrante divulgado pelo Gaeco em que o ex-coordenador-geral do órgão, Luiz Bernardo Dias Costa, aparece com cinco envelopes com dinheiro vivo, somando R$ 59.950, realmente é “constrangedor”, mas que tudo está sendo feito em sua gestão para colaborar com as investigações. Bonilha assumiu a presidência do TCE em janeiro e o cumprimento do mandado de busca e apreensão aconteceu em junho de 2014. Segundo o Gaeco, os envelopes indicam que a empreiteira Sial estaria pagando propina de forma antecipada a servidores do TC por conta de uma licitação vencida anteriormente para a construção de um prédio anexo.

“Houve um flagrante por parte do Ministério Público em uma situação absolutamente constrangedora com o flagrante de um funcionário público com grande soma em dinheiro. Lamentamos este tipo de episódio, mas todas as instituições podem passar por isso, inclusive o Vaticano com casos de pedofilia. Nenhuma instituição está livre disso. Mas o mais importante é que tomamos todas as medidas legais e administrativas para esclarecer e por fim eventuais falcatruas dentro do tribunal. Abrimos um processo administrativo-disciplinar contra o funcionário, demos todas as informações para os órgãos investigadores e cancelei toda a licitação. Em minha gestão, obra no anexo não sai de jeito nenhum. Não se gasta um centavo sequer de dinheiro público para esta obra ou qualquer conduta ilegal ou imoral”, afirmou Bonilha.

O presidente do TCE também saiu em defesa do ex-presidente do órgão, Artagão de Mattos Leão, atual conselheiro do TCE. Segundo Bonilha, a entrevista de Leão ao Jornal Gazeta do Povo nesta quinta-feira (26), esclareceu todo o caso (leia a entrevista clicando aqui). “Concordo com o ex-presidente, que concedeu uma entrevista esclarecedora à Gazeta do Povo. O conselheiro Artagão tomou todas as providências e que fique claro que não há nenhum impedimento do tribunal em contratar a obra através daquela licitação. Apenas eu, por decisão político-administrativa, decidi não levar à frente a construção. (…) A entrevista de Artagão foi esclarecedora dando crença aos seus auxiliares até que se prove o contrário”, disse o presidente do TCE. “Faço fé e tenho plena confiança que Artagão conduziu bem o processo, tanto é que ele não titubeou em suspender a licitação”, completou.

Sial na obra do tribunal de Justiça

Durante a entrevista, o presidente do TCE foi questionado se não acha estranho a Sial, construtora suspeita de fraude na licitação do anexo do TCE, estar conduzindo as obras de reforma do prédio do tribunal de Justiça, a poucos metros do órgão. Bonilha se limitou a dizer que acredita que tudo esteja dentro da lei. “Muito provavelmente a Sial ganhou licitação do Tribunal de Justiça para a construção. Não há nada ainda, não posso afirmar categoricamente, que impeça ela de ir desempenhando suas atividades comerciais no andamento do processo. Da nossa parte, está claro que não a contratarei e não irei dar andamento à obra do anexo no TCE”.

Na entrevista, Bonilha também justificou o auxílio-moradia dos membros do TCE de R$ 4.337,74 por mês, aprovado no início do ano, mesmo para os que já tem residência própria. Segundo Bonilha, o auxílio é legal e faz parte da lei orgânica dos magistrados, que têm equiparação com os membros do tribunal.

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Presidente do TC defende Artagão, mas diz que em sua gestão nenhum anexo será construído

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