O senador Sergio Moro (União Brasil) prestou depoimento, nesta quinta-feira (7), e falou sobre as duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral que o acusam de abuso de poder econômico, uso indevido de meios de comunicação social e caixa dois. O procedimento durou cerca de uma hora e aconteceu na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no bairro Parolin, em Curitiba.
Moro respondeu a todas as perguntas do relator, desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, e também as do Ministério Público, mas se recusou a fazer o mesmo a questionamentos dos advogados do PT e do PL, partidos que propuseram as ações.
Questionado sobre a falta de resposta aos dois partidos políticos, Moro definiu o processo como um “castelo de cartas” e disse que nada foi comprovado por eles.
“Foram propostas ações levianas, cujos fatos não foram demonstrados. Eu, pessoalmente, me sinto agredido em relação a esses fatos e não me sinto confortável de participar desse teatro, em que tentam construir uma narrativa que não corresponde com a realidade. É eles que precisam demonstrar o abuso de poder econômico, que não houve. Participei de uma eleição muito difícil, mas tudo foi feito dentro das regras. Ganhamos tanto do candidato do PT, quanto do candidato que não estava conosco naquele momento, mas que hora busca roubar meu mandato”, disse.
Ex-juiz da Operação Lava Jato, Sergio Moro foi eleito com 33,5% dos votos. O candidato do PL, Paulo Martins, é quem Moro aponta como responsável por querer “roubar o mandato”. Ele ficou em 2º nas eleições, com 29,12% dos votos.
Ações
Ao acusar Moro de abuso do poder econômico, uma das ações cita uma série de medidas que iriam além das possibilidades eleitorais de um candidato ao Senado. Por exemplo, “media training; assessoria de imprensa; planejamento de marketing; produção de vídeos em ambos os partidos; remuneração mensal; figurinista; consultoria jurídica; evento de filiação e lançamento de pré-candidatura; segurança privada; viagens aéreas nacionais e internacionais para ele e equipe; veículo blindado; hospedagens; exposição midiática de presidenciável; protagonismo em metade das inserções de propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão; produção de conteúdo e estratégia de campanha; e pesquisas eleitorais”.
Na entrevista, Moro disse ter ficado ofendido com os apontamentos.
“Eu só vim a assumir a possibilidade da candidatura após o TRE-SP indeferir a transferência do meu domicílio eleitoral. Me sinto violado quando as partes alegam que gastos com segurança deveriam ser considerados para a minha cassação. Eu fui juiz da Lava Jato, vim para uma eleição altamente polarizada, na qual um candidato no passado chegou a ser esfaqueado, então coloquei como condição necessária que houvesse segurança”, concluiu.