Brasília: O ministro da Saúde, Ricardo Barros, divulga balanço sobre a execução orçamentária do Ministério da Saúde durante o ano de 2017. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ex-ministro da Saúde e deputado federal, Ricardo Barros (PP), disse que não havia como prever que o então deputado federal Jair Bolsonaro deixasse o Partido Progressista, em abril de 2015, para se tornar o favorito às eleições presidenciais. Enquanto acompanhava a esposa, governadora Cida Borghetti e a sogra, Ires Anna, votarem em Curitiba (PR), Barros afirmou à reportagem que Bolsonaro representa um momento especial do País, mas que terá dificuldades, caso seja eleito, para governar. “Collor representou momento desse, o caçador de marajás, e acabou depois se mostrando incapacitado para formar governo, maioria, e manter relacionamento com as instituições do Brasil”, alertou.

Barros lembra que em 2015 o PP tinha situações parecidas entre Bolsonaro e Celso Russomanno. “Nós tínhamos dois problemas como esse, Celso Russomanno e Jair Bolsonaro, que eram lideranças nossas, deputados que gostariam de concorrer às eleições majoritárias, mas o comando estadual do partido não tinha interesse, gostaria de manter alianças com grupos que já estavam estabelecidos, então nesses dois casos, eu sou tesoureiro do diretório nacional, reunimos a Executiva e liberamos esses companheiros para que saíssem do partido sem nenhum ônus ou problema de fidelidade partidária para que eles pudessem seguir o seu destino e não ficarem presos a uma vontade da cúpula estadual do partido, que não se coadunava com suas pretensões”, afirmou.

O deputado federal também afirmou que o contexto era diferente. “Quando ele (Bolsanoro) saiu do partido, não existia esse momento; a origem de todas essas oportunidades é o descontentamento extremo com o governo com a ordem de 95% de reprovação do governo e aparecem alternativas que são mudança total do desejo do eleitor em votar quem representa nada com o governo e essas decisões de mudanças acabam, depois, sofrendo um outro tipo de avaliação quando efetivamente do exercício do poder”, analisou.

Sobre o atual momento vivido pelo País, com ampla divisão e troca de ofensas, Barros afirmou que as pessoas são movidas pela economia. “A eleição é 100% emocional, e esse emocional é o que move as pessoas, é reflexo dessa indisposição com o atual governo, com a situação econômica do País. A economia é o que move as pessoas”, disse.

Independentemente de quem esteja no segundo turno, Barros disse que os vencedores terão que sentar à mesa e discutir o governo federal. “Qualquer que seja o presidente terá que ter a maioria no Congresso. Construir a maioria é se adequar aos programas de cada partido e poder participar no processo de construção da governabilidade. Isso é uma questão diferente no Brasil. O partido que ganha tem um programa de governo, mas não pode governar sozinho, terá que dividir seu programa de governo e adaptá-lo ao que outros partidos têm em cada área de governança”, comentou.

Para ele, o PP deverá formar uma das maiores bancadas na Câmara. “Terminadas as eleições, nosso partido vai chegar com mais de 50 deputados federais; será um dos maiores partidos na Câmara dos Deputados, será convidado a formar base de governo. Vivemos em um presidencialismo de coalizão, nenhum dos presidentes eleitos terá mais de 50 deputados e será preciso 308 para fazer uma reforma constitucional, então, vai convidar todos os partidos e quem teve ao lado, durante a campanha, quem ganhou terá mais facilidade de participar em nome do partido na composição de governo”.

Sobre possíveis apoios às candidaturas no segundo turno, Barros disse que cada diretório terá livre escolha. “Nós temos o segundo turno e em cada Estado os colegas têm a liberdade de decidir quem apoia, tanto na eleição de governo quanto na eleição presidencial. O Partido Progressista não faz esse tipo de vinculação a partir da Executiva Nacional; permite ampla liberdade de cada Estado tomar sua decisão”, finalizou.

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Ex-ministro da Saúde, Ricardo Barros compara situação de Bolsonaro à de Collor

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