O curitibano tem acompanhado, nos últimos dias, a divulgação das primeiras pesquisas eleitorais à corrida para a Prefeitura de Curitiba. Como numa partida de futebol, cada levantamento provoca a reação e torcida, principalmente por parte dos candidatos e das campanhas. Mas a discrepância entre os institutos de pesquisa tem feito o eleitor questionar como os números podem ser tão diferentes, se a cidade é a mesma. Apesar das diferenças, nem sempre isso pode significar que os dados estejam errados.
Na semana passada, a Banda B divulgou a pesquisa Radar Inteligência, que trouxe o seguinte cenário: o candidato do PSD, Eduardo Pimentel, apareceu na frente com 25,1%. Em seguida aparecem Ney Leprevost (União Brasil) com 15,7%, Luciano Ducci (PSB) com 13,8% e Roberto Requião do Mobiliza com 12,5%.
Nesta semana, já são três as pequisas divulgadas e que chamam a atenção pela divergência nos números do chamado pelotão de frente. Na terça-feira (27), a RPC divulgou a pesquisa feita pela Quaest, que supreendeu parte das campanhas. Os números divulgados foram: Eduardo Pimentel (PSD) com 19%, Luciano Ducci (PSB) 18%, Roberto Requião (18%), Ney Leprevost (União) 14%. Os quatro empatados tecnicamente.
Na quarta-feira (28), foi a vez da Band Paraná divulgar os números da IRG Pesquisa. E vieram assim: Eduardo Pimentel (PSD) 28%, Luciano Ducci (PSB) 16%, Ney Leprevost (União) 14,6%, e Roberto Requião (Mobiliza) com 10%.
No mesmo dia, foi divulgada a pesquisa da Atlasintel com os sequintes números: Eduardo Pimentel (PSD) com 38,2%, Luciano Ducci (PSB) 12,3%. A novidade na Atlas foi a pontuação de Cristina Graeml (PMB) com 11,6%, aparecendo na frente de Roberto Requião (Mobiliza) com 10,5% e Ney Leprevost (União) com 9,8% das intenções de voto.
Explicando as diferenças
Segundo o doutor em tecnologia e sociedade e professor da Uninter, Achiles Batista Ferreira Junior, a diferença nos números se explica pelas diferentes metodologias aplicadas pelos institutos de pesquisa que podem ser realizadas de forma presencial, por telefone ou ainda pela internet.
“Algumas pesquisas mostram cenários diferentes, resultados diferentes, basicamente pelo estrato da coleta, ou seja, pelo nicho da sociedade que é utilizado como base. Por exemplo, alguns institutos usam a internet como fonte de pesquisa, outros dividem os 75 bairros de Curitiba por regiões e fazem um extrato por região, por bairro de Curitiba. Outras pegam por densidade demográfica, outras por densidade geográfica, ou seja, basicamente é que cada pesquisa é feita com uma base, um estrato da coleta da sociedade, e aí ele reflete resultados que não necessariamente são os mesmos”
afirmou o professor da Uninter.
Ainda segundo o doutor em tecnologia, as pesquisas que levam em conta os estratos regionais tendem a “acertar” mais.
“Se pudéssemos pensar naquela que tem mais credibilidade, na minha modesta opinião são aquelas que buscam por estratos regionais que dividem os bairros de Curitiba, os 75 bairros, em segmentos e fazem em cada um desses bairros, desses segmentos, dessas microrregiões, a sua pesquisa consolida ao final. Essa seria, na minha visão, a mais real, a mais justa”
concluiu o professor Achiles Batista Ferreira Júnior.