Ex-governador Beto Richa e Fernanda Richa foram presos nesta terça – Foto AEN

O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) foi preso nesta terça-feira (11), em Curitiba. Ele é candidato ao Senado. A esposa de Beto Richa, Fernanda Richa, também foi presa, assim como o ex-secretário da Casa Civil Deonilson Roldo, o irmão de Beto, Pepe Richa, que foi secretário de obras e ainda o ex-secretário especial de Cerimonial e amigo de Richa, Ezequias Moreira e o ex-secretário de Assuntos Estratégicos, Edson Casagrande. Ao todo, são 15 mandados de prisão.

O empresário e suplente de Senador Joel Malucelli também teve a prisão decretada, mas não estava em casa na hora da chegada dos policiais. Ele também é dono da Band, da BandNews, da CBN e do Metro Jornal, em Curitiba. A assessoria do empresário nega qualquer envolvimento em irregularidades*

Todos os mandados de prisão são temporários, ou sejam, de até cinco dias.

Em Londrina, Luiz Abib Antoun, parente do ex-governador, também foi detido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Paraná.

No caso de Roldo, também há mandado de prisão contra ele e mais dois assessores dentro da 53ª fase da lava Jato, deflagrada hoje.

Até o momento, as defesas da maioria dos citados ainda não se manifestaram*.

Policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de Beto Richa, no bairro Mossunguê, em Curitiba.

Operação Rádio Patrulha

O Gaeco de Curitiba cumpre nesta terça-feira, 11 de setembro, 15 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão nas cidades de Curitiba, Londrina, Santo Antônio do Sudoeste e Nova Prata do Iguaçu no âmbito da Operação Rádio Patrulha.

A operação apura direcionamento de licitação para beneficiar empresários e o pagamento de propina a agentes públicos, além de lavagem de dinheiro no programa do governo estadual do Paraná Patrulha do Campo, no período de 2012 a 2014.

Entre os mandados de prisão temporária cumpridos estão do ex-governador do Paraná, Beto Richa, de ex-secretários de governo Fernanda Richa, Pepe Richa, Deonilson Roldo e Ezequias Moreira, além de empresários.

Operação Piloto

Já esta nova fase da Lava Jato, chamada de Operação Piloto, foi deflagrada nos estados da Bahia, São Paulo e Paraná para investigar contratos da Odebrecht. Aproximadamente 180 Policiais Federais cumprem 36 ordens judicias nas cidades de Salvador, São Paulo, Lupianópolis (PR), Colombo (RMC) e Curitiba.

Entre os presos da Lava Jato estão: Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete de Beto Richa; Jorge Theodócio Atherino, empresário apontado como operador financeiro do ex-governador; e Tiago Correia Adriano Rocha, amigo de  Jorge.

O objetivo da investigação é a apuração de suposto pagamento milionário de vantagem indevida no ano de 2014, pelo Setor de Operações Estruturadas do GRUPO ODEBRECHT, em favor de agentes públicos e privados no Estado Paraná, em contrapartida ao possível direcionamento do processo licitatório para investimento na duplicação, manutenção e operação da rodovia estadual PR-323 na modalidade parceria público-privada.

As condutas investigadas podem configurar, em tese, os delitos de corrupção ativa e passiva, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.

O nome dado à operação policial remete a codinome atribuído pelo GURPO ODEBRECHT em seus controles de repasses de pagamentos indevidos a investigado nesta operação policial.

Os presos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR onde permanecerão à disposição da Justiça.

Será concedida entrevista coletiva às 10h no auditório da sede da Polícia Federal em Curitiba.

Nota Governo do Paraná

“O Governo do Estado está colaborando com todas as investigações em curso. A governadora Cida Borghetti ressalta que não aceita nenhum tipo de desvio de conduta dos seus funcionários e que criou a Divisão de Combate à Corrupção para reforçar o combate à esse tipo de crime. Hoje a divisão esta fazendo buscas e apreensão em uma operação que combate fraudes a licitação

O Governo do Estado vai aguardar a divulgação de mais informações a respeito dessa fase da Operação Lava Jato para tomar outras providências”, diz a nota.

*Nota Joel Malucelli

“Joel Malucelli esclarece que as acusações são injustas, nega qualquer irregularidade e que sempre esteve à disposição das autoridades para esclarecimentos. O empresário desde 2012 se desligou das atividades e rotinas da empresa fundada por ele e se encontra na presente data em férias, fora do país, aguardando orientação de seus advogados, que ainda não foram notificados oficialmente sobre a operação. Fundamental reafirmar que a JMalucelli Equipamentos já se manifestou nesta terça-feira (11) negando, veementemente, a participação em qualquer irregularidade e informou que não firmou qualquer contrato com o Governo do Paraná relacionado às Patrulhas Rurais”, afirma

 

Comunicar erro

Comunique a redação sobre erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página.

Beto Richa e Fernanda são presos em Curitiba; Joel Malucelli também teve prisão decretada

OBS: o título e link da página são enviados diretamente para a nossa equipe.