O Tribunal de Justiça do Paraná confirmou a condenação de um médico denunciado por lesbofobia pelo Ministério Público do Paraná, por meio da Promotoria de Justiça de Paraíso do Norte, no Noroeste do estado.

O médico, sócio-proprietário e diretor clínico de um hospital privado, teria impedido uma mulher de trabalhar na enfermaria do estabelecimento em razão da orientação sexual da vítima. A pena atribuída foi de um ano, três meses e 22 dias de reclusão e multa de R$ 13.332,00, além de indenização de R$ 30 mil à mulher por danos morais.

(Foto: Reprodução / Rede Social)

De acordo com a ação penal, o denunciado teria praticado discriminação contra a vítima, uma mulher lésbica, dirigindo-lhe palavras características de lesbofobia e impedindo que ela exercesse seu trabalho como cuidadora de idoso internado nas dependências da unidade hospitalar. A atitude caracteriza o crime tipificado no artigo 20 da Lei 7.716/89. Entre outra impropriedades, o réu teria dito: “não sei que espécie que é, se homem ou mulher, aqui não pode. Saia do meu hospital”.

O TJPR indeferiu todos os pedidos da defesa para modificação da sentença de primeiro grau. Do mesmo modo, negou provimento a recurso do MPPR que pedia a condenação do réu por falsidade ideológica. Com isso, foi mantida na íntegra a decisão de primeira instância.

O crime

Os crimes alegados ocorreram em 29 de janeiro de 2020, no Hospital Paraíso, em Paraíso do Norte – pequena cidade no interior do Paraná, a 516 quilômetros de Curitiba.

A mulher havia sido contratada para acompanhar um idoso que estava internado no Hospital Paraíso – herdado por Dorival Ricci Junior do pai, o médico Dorival Ricci, considerado pioneiro da cidade e morto no início do ano passado após apresentar problemas cardíacos. O médico também foi acusado de falsidade ideológica, mas a Justiça o absolveu.