O inquérito que apura o incêndio em um prédio de Cascavel, no oeste Paraná, que destruiu um apartamento e deixou pelo menos cinco feridos, deve ser concluído em até 30 dias, segundo o delegado Ian Leão, responsável pelo caso. A perícia da Polícia Científica trabalha para identificar a origem e a causa do fogo, que teria começado, a princípio, por algo esquecido no fogão.
“Não existe qualquer indício neste momento de incêndio criminoso. A gente está tratando de um incêndio acidental, que será confirmado eventualmente pelo laudo pericial. Na sequência, a Polícia Civil dará continuidade às diligências, como ouvir os bombeiros que participaram da ocorrência e as vítimas, assim que estiverem recuperadas física e psicologicamente”, afirmou o delegado à Ric RECORD.

O sargento Migliorini, um dos bombeiros que atuou no resgate das vítimas, relatou a dificuldade de acesso ao quarto onde a advogada Juliane Suellem Vieira dos Reis, de 28 anos, estava isolada pelo fogo. Com ajuda de um colega, ele conseguiu retirá-la com segurança, cobrindo-a com um cobertor para protegê-la do calor intenso.
“Chegando até ela, vi que não era viável e não havia tempo para montar um sistema e retirar ela de uma forma mais segura. Então, trouxe ela pra dentro do imóvel, dentro do quarto, cobri ela com cobertor pra proteger do calor e saímos pelo caminho que eu entrei, pelo corredor”, disse ele durante entrevista no hospital onde está internado.
O laudo técnico deve detalhar em até 30 dias se o incêndio foi realmente acidental e esclarecer o ponto exato onde o fogo começou dentro do imóvel. Enquanto isso, as investigações seguem em andamento para registrar todas as circunstâncias do incidente.
Advogada é transferida para Londrina
Em nota, o Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) informou que a advogada Juliane Suellem foi transferida para o Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (HU-UEL) nesta sexta-feira (17). A transferência dela precisou ser interrompida nesta quinta (16) devido às condições climáticas.
Juliane se pendurou no suporte de um ar-condicionado do 13º andar do prédio para salvar a própria mãe e o primo. Ela sofreu queimaduras em 70% do corpo e segue internada em estado grave. A criança foi transferida para o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), em Curitiba.
O incêndio que feriu Juliane, a mãe e o menino aconteceu na manhã de quarta (15), no Bairro Country. A mãe da advogada, Sueli Vieira dos Reis, teve queimaduras no rosto, vias aéreas, braços e pernas. O garoto sofreu queimaduras na pelve, pernas e mãos.
Durante a atuação das equipes do Corpo de Bombeiros, dois militares, o 1º sargento Edemar de Souza Migliorini e o cabo Leandro Batista, ficaram feridos e precisaram de atendimento médico.

“O apartamento estava totalmente em chamas, mas o sargento atravessou pelo fogo, procurou a vítima e a retirou. Saiu em chamas de dentro do apartamento, jogamos cobertor em cima dele para apagar o fogo e ele ainda queria voltar lá pra ver se tinha mais vítimas. Ele não se intimidou e teve muito controle emocional”, relatou o subtenente Ananias Maciel, que também atendeu a ocorrência.
Um vídeo obtido pela Banda B mostra a destruição deixada pelo incêndio no apartamento.