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O “Fórum ESG DAY” será um marco para a sustentabilidade empresarial no Paraná e contará com palestras de grandes especialistas, além de apresentar casos de empresas que já estão implementando práticas de ESG em suas operações. O evento é uma oportunidade para as empresas paranaenses se familiarizarem com essas práticas e entenderem como podem adotá-las para contribuir para um futuro mais sustentável.


Realizado por duas das maiores forças empresariais do estado, o LIDE Paraná (Grupo de Líderes Empresariais) e a ADVB-PR, o fórum unirá duas agendas complementares em um único evento, no dia 08 de agosto, das 8h00 às 19h30, no Teatro UP Experience, na Universidade Positivo. A pauta de ESG ganhou neste ano um Comitê permanente no Lide Paraná, tamanho o interesse das empresas em se adequarem às demandas do mercado. O impacto das mudanças climáticas foi pauta de recente reunião do comitê, formado por empresas que já estão mais avançadas nas práticas de ESG.

A presidente do LIDE Paraná, Heloisa Garret, ressalta que os encontros no Comitê são fundamentais para promover um ambiente de troca, aprendizado e inovação entre os empresários.

“Temos empresas com ações interessantes, que nem se dão conta de que já deram os primeiros passos em direção ao ESG. Por outro lado, precisamos evitar as ações de de greenwhashing- apropriação de virtudes ambientalistas sem justificativa prática “

afirma Heloisa.

Ouça a entrevista de Heloisa Garret à Banda B:

A CEO e diretora executiva da Seed Consultoria em Sustentabilidade, Mayra Souza, coordenadora do Comitê, esclareceu a importância e a relação do ESG com a sustentabilidade.

“O ESG não substitui a sustentabilidade, ele faz parte de um guarda-chuva de ações voltadas para a sustentabilidade. É um modelo de negócios, um modelo de gestão pautado na agenda climática”,

afirmou Souza.

Mayra ressaltou a importância da formação de lideranças sustentáveis e o papel vital que a consultoria em sustentabilidade desempenha neste processo.

“O primeiro pilar que tratamos é a consciência das lideranças dentro das empresas. O segundo é trazer essa visão sobre o negócio, mostrando o impacto que a questão climática pode ter nesse setor. Existem matérias-primas que já estão escassas no mercado e isso pode afetar a produção de diversas empresas”.

Imagem ilustrativa – Divulgação


Sustentabilidade e eletromobilidade

Além das ricas discussões sobre sustentabilidade e ESG, a reunião também deu espaço para a apresentação de ações sustentáveis já estão em andamento em Curitiba. Gisele Medeiros, coordenadora do PlanClima – Plano Municipal de Mitigação às Ações Climáticas – pelo
Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), trouxe as iniciativas em desenvolvimento na capital paranaense.

Uma dessas iniciativas é a implementação da eletromobilidade no transporte coletivo, com emissão zero. No médio prazo, até 2030, o objetivo é que 33% da frota opere com mobilidade elétrica, alcançando 100% até 2050.

A estratégia de eletromobilidade da cidade não se limita à transição da frota de ônibus. Também inclui a integração de estações e terminais de ônibus com sistemas de micromobilidade, como bicicletas e patinetes, car-sharing e transporte por aplicativo. Além disso, busca
estimular a mobilidade ativa, melhorando as condições para caminhadas e a acessibilidade geral.

Outra ação que foi implementada pela Prefeitura de Curitiba, a partir da parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), é a educação ambiental nas escolas municipais. Um dos projetos é a construção de pluviômetros caseiros pelas crianças, feitos com garrafas PET, que serão utilizados para coletar dados sobre as chuvas.


Esses dados serão inseridos em uma plataforma digital do INPE para análise e monitoramento.

“A sensibilização das crianças é uma maneira muito boa de aproximar a mudança climática não só da escola, mas também do ambiente familiar. Porque a ideia é que a criança consiga trazer visibilidade para essas pautas no seu ambiente familiar.”

Net Zero: o novo desafio das empresas contra as mudanças climáticas

A reunião também contou com a participação de Francine Leal, consultora de sustentabilidade da Seed Consultoria, que apresentou o Movimento NetZero. Esta iniciativa, que faz parte do Pacto Global da ONU, tem como meta reduzir os gases de efeito estufa emitidos na atmosfera.

“Nós temos uma agenda a ser cumprida para reduzir em 45% as emissões de carbono até 2030. A nossa grande meta, até 2050, é eliminar completamente a emissão de gases do efeito estufa”,

destacou Leal.

A consultora enfatizou a importância crítica das empresas aderirem ao NetZero para cumprir a agenda ESG. “Estamos em um momento extremamente crítico em relação às mudanças climáticas. Nosso objetivo é que as temperaturas não passem do marco de 1,5°C. Precisamos nos lembrar que temos menos de seis anos para atingir essa meta, para conseguir reduzir os impactos climáticos”, alertou.

Os dados apresentados na ocasião ressaltam a urgência e a seriedade do desafio climático que enfrentamos, enfatizando também o papel crucial que o setor empresarial tem a desempenhar para garantir um futuro sustentável. A adesão ao NetZero não é apenas um passo, mas
uma necessidade para todas as empresas que buscam contribuir de maneira significativa para a agenda de sustentabilidade global.