O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, fala à imprensa, no Palácio do Planalto. Foto: Agência Brasil

 

Dois dias após o anúncio das medidas do governo federal para atender às demandas dos caminhoneiros em greve no Brasil, o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José Fonseca Lopes, pede que a categoria volte a trabalhar e reabastecer o país. “Caminhoneiros, se organizem aí e voltem a trabalhar. Meu Deus do céu, caminhoneiro. Vocês ontem era indigentes perante a opinião pública, perante o Governo. Hoje, somos seres humanos, somos respeitados e estão fazendo isso com o país? Pelo amor de Deus. Vamos por a cabeça do lugar, sair desses grupos aí que não vão nos levar a nada”, esbraveja.

Em entrevista por telefone à Banda B, o presidente da Abcam, em Brasília para mais compromissos relacionados à greve, acredita que o movimento contínuo da paralisação tem outro objetivo. “Acha que a população que apoiou os caminhoneiros quer ver essa desgraça de abastecimento e faltando? Uma população de bem quer impedir que chegue medicamento nos hospitais? Alimentação nos supermercados? Essa morte de frango, de gados, de porcos, esse estrago de leite, que vejo produtor até chorando de jogar fora porque é a sobrevivência dele? Acha que isso a população quer? Pra mim, é intervencionista que quer derrubar o presidente da República. Quem quer derrubar um presidente espera as eleições em outubro, não é entrando nesses partido político de baixa categoria, que quer ver o caos no país e estão conseguindo. Quem está pagando essa conta é o caminhoneiro e ele tem que entender que tem que livrar dessas amarrar, esse grupo quer levar o país para uma ditadura e não é isso que nós queremos”, disse.

Paraná

Segundo Fonseca, no estado do Paraná há três movimentos que impedem que os caminhoneiros voltem ao trabalho, após as negociações com o Governo Federal. “Já identifiquei e vou comunicar tudo para a Polícia Federal. Estou vendo que o Governo sabe, mas não está fazendo nada. Mas, a partir de hoje, eu vou começar a falar porque tem que acabar com essa pouca vergonha. Na hora em que eu falar, vão sumir do mapa, não vou falar porque quero ver prisão em flagrante”, denuncia, em entrevista à Banda B.

O acordo firmando no domingo (27) entre governo e representantes dos caminhoneiros prevê, entre outras coisas, congelar por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro e eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país. “O caminhoneiro conseguiu o objetivo dele com ajuda da população e eles não estão respeitando isso. Isso aí misturou uma coisa com outra que não tem nada a ver nesse momento. Todas as nossas reivindicações foram atendidas e esse pessoal continua parado, fico triste e lamento isso. Esse pessoal tem que colocar a cabeça pra funcionar e reabastecer esse país. Voltar para casa, olhar na cara dos filhos, da esposa e falar que, pela primeira vez, nós conseguimos uma grande vitória e vamos ter condições de vida, daqui para frente”, diz Fonseca, presidente da Abcam à Banda B. 

Ainda, também em entrevista por telefone, o presidente da Abcam preferiu manter em panos quentes o conflito de ideias com a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que defende revisão no acordo com o governo federal. “Roupa suja se lava em casa. Infelizmente, não podemos levar à opinião pública briguinhas diversas por questões e disputas políticas porque foi isso que rachou o movimento”, critica ao fim da entrevista.

CNTA

Por meio de nota à imprensa, a CNTA se manifestou afirmando que, por meio de acordo entre os caminhoneiros, foi liberada a circulação de combustíveis de toda espécie, inclusive gás de cozinha; produtos destinados à merenda escolar; produtos e alimentos destinados a saúde pública e hospitais; leite; caminhão carregado com adesivo identificador da Defesa Civil.

Por fim, ‘pede conscientização de todos os caminhoneiros para que avaliem com cuidado suas decisões sobre a continuidade ou não da paralisação, sob pena de perdermos essas conquistas históricas da categoria’, finaliza a nota.

 

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“Voltem a trabalhar, já conseguimos o que queríamos”, diz presidente da Abcam na Banda B

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