O afastamento da mãe do menino Henry Borel, morto em março de 2021, foi publicado nesta quarta-feira (25) no Diário Oficial do município. O texto é assinado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD).

Segundo a Secretaria da Educação, onde Monique é servidora concursada, o motivo do afastamento foi o preenchimento irregular da folha de ponto dela. Também foi instaurada uma sindicância para investigar o ocorrido.

Monique apresentou na última segunda-feira (23) um atestado médico para licença de 60 dias, mas uma perícia feita pela Prefeitura suspendeu o afastamento dela.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, o secretário Renan Ferreirinha (Educação) disse que Monique entregou o atestado “24 horas após as notícias do retorno dela ao trabalho” como servidora pública.

RIO DE JANEIRO, RJ, 09.02.2022 – HENRY-BOREL: A professora Monique Medeiros durante a quarta audiência do caso Henry Borel Medeiros, no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), localizado na Zona Central da cidade do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (09). O ex-vereador Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, e a professora Monique Medeiros, são apontados pela morte do menino Henry Borel Medeiros, no condomínio Majestic, na Barra da Tijuca, localizado na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, no dia 08 de Março de 2021. (Foto: Beatriz Orle/Agência Enquadrar/Folhapress)

A volta foi possível após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) revogar a prisão preventiva de Monique.
No domingo (22), a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro confirmou ao UOL que Monique voltou ao trabalho e estava alocada em um almoxarifado.

Segundo nota da Secretaria, houve orientação jurídica de que “não há como a servidora concursada ser afastada e ter sua remuneração suspensa”, porque ela foi solta pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e “ainda não houve sentença condenatória”.

Monique teve liberdade concedida pelo STJ em agosto de 2022, após a prisão preventiva dela ser revogada. Ela responde em liberdade a acusação de ter matado o próprio filho, Henry Borel, em 2021.

Monique foi denunciada pelo Ministério Público por ter se omitido ao permitir que seu marido, o ex-vereador Jairo Souza, conhecido como Dr. Jairinho, agredisse o filho, o que teria resultado na morte da criança de 4 anos. Jairinho também é réu e responde pelo homicídio do enteado.

O caso irá a júri popular, conforme estabelecida pela 2ª Vara Criminal da Capital. 25 pessoas serão convocadas e 7 irão compor o júri.

Relembre

Os laudos periciais apontaram 23 lesões no corpo do menino, e indicaram que Henry morreu em decorrência de hemorragia interna e laceração no fígado causada por ação contundente.

O casal foi preso em 8 de abril de 2021. Em 6 de maio de 2021, o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) denunciou Jairinho por homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunha. Já Monique foi denunciada pelos crimes de homicídio triplamente qualificado na forma omissiva, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.

“O crime de homicídio foi cometido por motivo torpe, eis que o denunciado decidiu ceifar a vida da vítima em virtude de acreditar que a criança atrapalhava a relação dele com a mãe de Henry”, afirmou o promotor de Justiça Marcos Kac, no texto da denúncia.