Após quatro anos consecutivos de taxas altíssimas, o desmatamento anual na Amazônia ficou abaixo de 10 mil km² pela primeira vez. Entre agosto de 2022 e julho de 2023, foram perdidos 9.001 km² de floresta, uma redução de 22,3% na comparação com o período anterior.

Os dados são do programa Prodes, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que foram divulgados nesta quinta-feira (30) e são considerados os números oficiais de desmate no país, sendo usados na definição de políticas públicas.

A taxa rompe o padrão estabelecido durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e representa uma vitória para o presidente Lula (PT), que tinha na pauta ambiental um dos focos da sua plataforma eleitoral.

Foto: Agência Brasil

Marina Silva (Rede), escolhida pelo petista para chefiar novamente MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima), foi a responsável pela criação do programa que reduziu o desmatamento de 27,8 mil km², em 2004, para a mínima histórica, de 4,6 mil km², em 2012.

“Conseguimos uma redução de 22% do desmatamento mesmo tendo uma ‘contratação’ de 6 mil km² [desmatados na Amazônia] do governo Bolsonaro”, afirmou a ministra durante o anúncio dos novos dados do Prodes, referindo-se às taxas registradas entre agosto e dezembro do ano passado, que compõem os números recém-divulgados.

“Desde janeiro, quando assumimos o governo, o presidente Lula assumiu o compromisso com o desmatamento zero até 2030. Grande parte desse desmatamento vem da Amazônia. Nós sabíamos que era um desafio muito grande”, disse.

Ela agradeceu ao apoio emergencial dado pelas Forças de Segurança, como Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, às ações de fiscalização do crime ambiental nestes primeiros meses do novo governo. “O Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] e o ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade] aumentaram em quase 200% a sua capacidade de fiscalização com o suporte desses entes”, afirmou.

O período considerado pelo Prodes vai de agosto a julho por ser o intervalo entre as estações secas da amazônia, quando o desmate é facilitado pela falta de chuvas.