Competidoras de vários tons e tamanhos entraram em cena. Todas como vieram ao mundo, sem qualquer procedimento estético. Foi assim o concurso para eleger a vagina mais bonita do Brasil, encerrado na noite desta terça-feira (10) em uma mansão em Higienópolis, na região central de São Paulo.

Pelo segundo ano consecutivo, a coroa ficou com o Rio de Janeiro. A criadora de conteúdo adulto Sabrina Saraiva, conhecida como Jean Grey, 26, bateu concorrentes de Ceará, Santa Catarina e Espírito Santo para levar o prêmio de R$ 10 mil.

E como é ter a vagina mais admirada do país? Emocionada, a campeã disse ser motivo de orgulho e honra. “Agora todo mundo vai querer dar uma espiadinha.”

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Foto: Reprodução/ @jeangreybianca no Instagram

O Miss PPK foi criado em 2022. Cancelado no último ano, voltou neste com uma almejada diversidade: participantes de idades variadas, com pelos ou sem.

As regras da competição eram três: nenhuma vulva poderia ter sido tocada por um cirurgião plástico para fins estéticos; os rostos das participantes seriam omitidos para não influenciar no julgamento; e as finalistas teriam de ser representantes de estados distintos.

Um site foi criado em março para receber as inscrições e as fotos. Foram cerca de 5.000 inscritas, segundo os organizadores. Depois, começou a avaliação. Um júri técnico foi formado por quatro membros, dois homens e duas mulheres. O critério deles foi a simetria entre as partes, ou melhor, um conceito pessoal disso. O monte de Vênus deveria ser mais uma planície e o clitóris quase uma lenda a olhos nus, por exemplo.

O voto popular também foi aceito, cobrando-se R$ 15 por acesso.

No início de agosto restavam 26 postulantes de cada unidade da federação, menos Distrito Federal. A cada semana uma leva era eliminada, culminando nas quatro preferidas.

Além da campeã, chegaram à final Aline Lima, 27, do Ceará, que dizia merecer vencer por ter a “PPK linda e bem pequeninha”; a catarinense Natasha Steffens, 22, uma naturista que já gravou conteúdo com a vice-miss bumbum Andressa Urach; e Carol Dal’Col, 24, do Espírito Santo, autodescrita como uma das melhores coisas que o homem pode experimentar, apesar de preferir a companhia feminina.

Mais de 110 mil pessoas votaram nas quatro finalistas. Depois os jurados se reuniram para corroborar ou discordar do público. Jean saiu vencedora com 40 mil votos e aplausos de todos, e seu namorado, lá presente, foi tão parabenizado quanto a própria.

A idealizadora do concurso é Ana Otani, 30, que se descreve como influenciadora, cronista, modelo, empresária, produtora de conteúdo digital e especialista em sexualidade e relacionamento. Ela é conhecida como rainha do Privacy, site para comércio de fotos e vídeos íntimos.

Não é exatamente por seu trabalho, porém, que Ana é famosa. Há quatro anos, ganhou as páginas de jornais do país ao tentar rifar o que chamou de sua segunda virgindade, adquirida após uma cirurgia para reconstrução do hímen.

O procedimento fora realizado para agradar a um ex-namorado. O relacionamento, porém, terminou antes da nova experiência. Em fúria, ela tentou incendiar o escritório dele, foi presa e pensou na rifa para se reerguer. No fim, nada rolou porque a iniciativa foi considerada crime de exploração sexual.

Sobre o concurso que escolheu o órgão sexual feminino mais atrativo do Brasil, Ana explicou tê-lo concebido visando dar espaço para novas meninas. E também para incrementar seu conteúdo.

A cerimônia desta terça, regada a drinques e canapés, contou com a presença de atores e atrizes pornôs, donos de casa de swing, fãs que não olhavam para cima, comediantes, youtubers que não paravam de pedir selinho e cantores de k-pop.

“O próximo evento já está marcado, gente, é o Miss Biscoito. Podem começar a se preparar”, anunciou Ana Otani em referência à sua próxima empreitada: escolher o ânus feminino mais formoso do Brasil.