Durante meses, algumas das maiores lojas de departamentos do Brasil anunciam a chegada da data mais esperada por quem espera fazer compras com grandes descontos: a Black Friday (nesta sexta, dia 29). Mas a data tão atrativa também se tornou a preferida dos golpistas digitais.

Foto: Divulgação/Pixabay

 

Dados de empresas brasileiras de segurança cibernética apontam que a data é a campeã em fraudes. Nenhum outro dia do ano tem tantas ocorrências de consumidores enganados.

“A Black Friday é o ‘Natal’ dos golpistas. É quando eles ganham mais dinheiro”, diz Thiago Tavares, presidente da SaferNet Brasil, organização sem fins lucrativos voltada para garantir segurança em questões de privacidade e crimes na internet.

Ele explica que a data é campeã de golpes porque une dois ingredientes “explosivos”: “O desejo do consumidor de comprar algo com um preço muito mais baixo do mercado e, do outro lado, a vontade do golpista de ganhar dinheiro”.

“Tudo isso numa data em que o consumidor está mais vulnerável para assumir riscos em troca de um desconto maior.”

Tavares afirma que esse impulso leva pessoas, atraídas por um preço mais baixo, a comprar coisas em sites em que nunca compraram antes, que não conhecem e não pesquisaram previamente.

“As pessoas ficam ainda mais suscetíveis a assumir riscos e tomar decisões imediatas porque elas têm um dia só para aproveitar. Muitas vezes, no intervalo do almoço, do café, para não perder a promoção. Como ela vai pesquisar algo em tão pouco tempo?”, diz.

Para Bruno Almeida, especialista em segurança de dados e diretor de inovação da Mandic Cloud, empresa de tecnologia especializada em computação em nuvem,”essas são datas em que as pessoas ficam angustiadas porque elas esperam esse momento o ano inteiro para comprar. Se ela não ficar atenta aos detalhes, acaba comprando por impulso por conta das mensagens de emergência.”

O coordenador do MBA de marketing digital na FGV, Andre Miceli, disse que as pessoas caem mais em golpes na Black Friday porque têm a expectativa de encontrar preços abaixo do normal — e não desconfiam deles.

“Em outras datas, como o Dia dos Namorados, Dia das Mães e Natal, também há campanhas que se estendem por semanas e as compras ocorrem de maneira mais espaçada. A Black Friday é uma data prevista para negócios atípicos. É quando uma anomalia de preço não chama atenção porque as pessoas estão habituadas a fazer compras com preços anormais”, afirmou.

Miceli afirmou que o Brasil está entre os cinco países com os maiores números de ataques em ambiente digitais. São 60 milhões invasões de hackers ou transações comerciais fraudadas por ano.

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‘Black Friday é o Natal dos golpistas’, diz especialista em segurança digital; saiba como se proteger

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