Uma tragédia comoveu Matinhos, no litoral do Paraná, e gerou revolta na comunidade local. Zoe de Souza Fonseca, de apenas 1 ano e 4 meses, morreu no domingo (5) após um quadro clínico grave que, segundo a mãe, Maria Vitória Gomes de Souza, 23 anos, não teria recebido atendimento adequado desde o início.

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Foto: Arquivo pessoal/JB Litoral.

Maria Vitória, que mora em Curitiba, levou a filha para passar o fim de semana na casa de uma amiga, onde planejavam um passeio à praia. No fim da tarde de sábado (4), Zoe começou a apresentar febre e vômitos.

“A Zoe vomitou duas vezes e a febre subiu, daí nós levamos ela pra UPA aqui de Matinhos. Quando chegamos lá, por volta das 20h, na triagem avaliaram os olhinhos dela e mediram a febre, mas não olharam a garganta”

relatou a amiga da mãe, Chris Souza, ao JB Litoral.

Apesar dos sintomas graves, a pediatra de plantão teria aplicado apenas medicações para febre e vômito, dispensando a criança com a orientação de que se tratava de uma virose.

“Disseram que era só um vírus e eu saí com a minha filha morta, enrolada em um pano branco”

desabafou Maria Vitória, emocionada.

Durante a madrugada, o estado de Zoe piorou rapidamente, com o surgimento de manchas escuras pelo corpo. A família tentou contato com o Samu, mas não havia ambulância disponível, e precisou recorrer a um Uber para levar a criança novamente à UPA. Só então os profissionais perceberam a gravidade do quadro, colocando-a em oxigênio e encaminhando-a ao Hospital Regional de Paranaguá.

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Foto: Arquivo pessoal/JB Litoral.

Paradas respiratórias

Mesmo com todos os esforços da equipe médica do HRL, Zoe sofreu paradas respiratórias e não resistiu. Segundo a amiga da família, médicos do hospital teriam informado que a causa da morte possivelmente foi meningite, e que o diagnóstico precoce na UPA poderia ter salvo a vida da menina.

Maria Vitória detalhou o desespero dos últimos momentos ao lado da filha.

“Minha filha não tinha nenhuma mancha no corpo, poderia ter sido salva. Como é que vou no hospital com ela com 40 graus de febre, vomitando, e só olham e mandam embora? Quando chegamos na UPA de manhã, já estava cheia de manchas, olhos vermelhos, quase sem batimentos… Eu peguei minha filha mortinha, enrolada num paninho branco. Pelo amor de Deus, ela precisa de justiça”.

O que diz a Prefeitura de Matinhos?

A Prefeitura de Matinhos, em nota, afirma que todos os protocolos de atendimento foram seguidos, tanto no primeiro quanto no segundo atendimento. Segundo o documento, a criança foi liberada inicialmente por apresentar quadro compatível com condições leves e reavaliada posteriormente quando os sinais de agravamento ficaram evidentes.

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