O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (10) que não há motivo para se reunir com o líder da China, Xi Jinping, em duas semanas na Coreia do Sul, e que avalia um “aumento massivo” nas tarifas de produtos chineses.

Trump disse, em publicação na plataforma Truth Social, que a China tem enviado cartas a países do mundo todo dizendo que planeja impor controles de exportação sobre todos os elementos de produção relacionados às terras raras.

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Foto: Reprodução/ Instagram

“Ninguém nunca viu nada parecido, mas, essencialmente, isso ‘entupiria’ os mercados e tornaria a vida difícil para praticamente todos os países do mundo, especialmente para a China”, disse ele na publicação.

Em setembro, ao anunciar um acordo para manter o TikTok ativo nos EUA, Trump afirmou que pretendia se encontrar com o líder chinês na Coreia do Sul para discutir comércio, drogas ilícitas e a guerra da Rússia na Ucrânia.

Era esperado que a reunião acontecesse na cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, em português) no final de outubro.

Nesta sexta, Trump afirmou que não há motivo para encontrar o líder chinês. “Eu deveria me encontrar com o presidente Xi em duas semanas, na Apec, na Coreia do Sul, mas agora parece não haver motivo para isso”, afirmou em seu post.

Na última quinta-feira (9), a China anunciou novas políticas de controle para a exportação de terras raras, tema crucial na disputa comercial envolvendo as potências. O novo movimento tem como objetivo aumentar o domínio chinês sobre a cadeia de produção de itens que utilizem os minerais raros oriundos do país asiático.

Com o anúncio, que tem efeito imediato, o país quer restringir o uso para fins militares, proibir cooperação não autorizada entre nações estrangeiras e atingir a fabricação de chips de alta tecnologia.

Na prática, a China cria um tipo de jurisdição extraterritorial ao exigir licença de exportação para produtos fabricados no exterior que utilizem terras raras de origem chinesa. Segundo o porta-voz do Ministério do Comércio, o objetivo principal é salvaguardar a segurança e os interesses da China.

Mercado reage mal

O ataque de Trump nesta sexta-feira teve um impacto imediato nos preços das ações americanas, com o índice de referência S&P 500 .SPX caindo 2% após sua publicação nas redes sociais.

As declarações levaram os investidores para o refúgio seguro dos títulos do Tesouro dos EUA, reduzindo os rendimentos desses ativos, bem como para o ouro. O dólar americano enfraqueceu frente a uma cesta de moedas estrangeiras.

Os contratos futuros da soja negociados na bolsa de Chicago despencaram, caindo US$ 0,1825, para US$ 10,04 o bushel, por volta das 13h20 (horário de Brasília). A Casa Branca e a embaixada chinesa em Washington não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

Um porta-voz do representante de comércio dos EUA recusou-se a comentar, enquanto um porta-voz do Tesouro dos EUA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Os dois escritórios lideraram as negociações com Pequim sobre comércio.