Ciara Watkin, de 21 anos, foi condenada a 1 ano e 9 meses de prisão por enganar um homem e praticar atos sexuais sem contar que era uma mulher trans. O episódio ocorreu em 2022, na cidade de Thornaby, no condado de Teesside, e voltou aos holofotes nesta semana com a sentença final do tribunal de Durham.

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Imagem: Reprodução/Instagram/Terry Blackburn.

Segundo a Promotoria, Ciara conheceu a vítima através de um aplicativo e, ao longo das conversas, nunca mencionou ser transgênero. Durante o encontro, ela pediu que o homem não a tocasse abaixo da cintura, justificando que estaria menstruada. Posteriormente, ela revelou que essa foi uma estratégia para esconder que era mulher trans.

A Justiça entendeu que o rapaz, então com 18 anos, não teve condições de dar um consentimento informado, já que acreditava estar se relacionando com uma mulher cisgênero.

O homem, visivelmente abalado, disse que teve a masculinidade ferida. “Sou heterossexual e nunca faria nada com um homem. Isso me deixou envergonhado e humilhado. Fui ridicularizado online. Fiquei arrasado com tudo isso”, declarou.

A vítima só soube da verdade após o encontro, quando Ciara enviou uma mensagem contando a verdade. Ao descobrir que ela era uma mulher trans, ficou enjoado e chegou a vomitar, segundo relatou a mãe à polícia.

“Ele ficou pálido, saiu para tomar ar e disse que tinha vomitado algumas vezes. Me contou que ela tinha admitido ser uma travesti”

relatou.

Ainda segundo a mãe do rapaz, ela própria desconfiou do gênero de Ciara ao conhecê-la: “Ela usava uma calça legging rosa e chinelos felpudos. Logo de cara, não achei que fosse mulher. A voz era muito grossa”, afirmou.

Durante o julgamento, Ciara Watkin admitiu ter nascido com pênis, com o nome Kieran, e explicou que inventou a menstruação para que o rapaz acreditasse. Ela também revelou que costumava se barbear diariamente.

Em defesa, a advogada Victoria Lamballe disse que Ciara sempre se identificou como mulher desde a infância. Alegou ainda que a cliente teve uma vida marcada por bullying, pobreza e uso de drogas. “Ela só quer ser vista pelos outros da mesma forma que se enxerga”, declarou a defensora e arrancou lágrimas da mulher trans.

No entanto, o juiz foi firme na decisão. “Você deliberadamente enganou um jovem que foi apenas gentil com você. E, mesmo ciente disso, demonstrou pouca empatia durante o julgamento. Sua motivação foi clara: frustração por não conseguir viver experiências com homens heterossexuais — e, por isso, recorreu à enganação para realizar essa fantasia”, afirmou o magistrado.