Por Marina Sequinel e Denise Mello
A migração da Rádio AM para FM deve começar em 2016, segundo previsão do jornalista e pesquisador em Mídia e Comunicação, Fernando Morgado. Com a mudança, esses veículos vão passar para uma nova faixa de frequência, o que promete melhorar a qualidade do som e aumentar o alcance do áudio em diversos tipos de aparelhos.
“Nem todos os rádios pegam o AM, como é o caso de alguns celulares e eletrônicos nos carros. A migração vai possibilitar mais opções para o público, já que o som deve chegar na casa do ouvinte em mais aparelhos”, explicou Morgado em entrevista à Banda B na tarde desta segunda-feira (25).
De acordo com ele, a frequência modulada, que antes começava em 88,1, vai iniciar em 76 a partir do processo de migração. “Isso deve acontecer nas cidades onde o FM não tem mais espaço, como em Curitiba, por exemplo. A mudança depende também do desligamento da televisão analógica, porque ela é transmitida em ondas de rádio FM e ocupa esse lugar. Em cidades menores, isso ainda não é problema”, completou o jornalista.
Morgado ressaltou que, apesar da migração, o estilo de cada emissora não deve mudar. “Não existe um ‘jeito AM’ e um ‘jeito FM’, separados e diferentes. A Banda B vai continuar a mesma, com a boa programação de sempre. A diferença é que ela vai chegar mais longe”, explicou.
A alteração depende de medidas do Ministério das Comunicações e a expectativa é de que o processo comece em 2016. “É difícil, porque nenhum país do mundo cumpriu essa tarefa. Mas a migração está caminhando dentro do planejado no Brasil”, concluiu.
Diferença entre AM e FM
AM e FM indicam os modos como são modulados os sinais de radiofrequência emitidos pelo transmissor. AM significa “Amplitude Modulada”. Uma das vantagens do AM é a capacidade de propagação, com um emissor de potência relativamente baixa, que permite atingir longas distâncias.
Já FM significa “Frequência Modulada”. Nela, a frequência da onda de rádio é alterada. Os picos positivos do sinal representam frequências mais elevadas e os picos negativos as mais baixas. Desse modo, as rádios FM são menos sujeitas às interferências causadas por ruídos eletromagnéticos.
Fernando Morgado
Fernando Morgado é pesquisador de Mídia e Comunicação, jornalista e professor da Universidad Autónoma Metropolitana, no México e da ESPM-Rio. Atuou, através da agência Tecnopop, nos projetos de reposicionamento de marca das rádios Globo, CBN e BHfm. Possui quatro livros como autor, coautor e colaborador. Ele é pós-graduado em Gestão Empresarial e Marketing e graduado em Design com Habilitação em Comunicação Visual e Ênfase em Marketing pela ESPM-Rio.