Da SMCS

Rua Alexandro Glenski, 757. Este é, desde o último sábado (05), o endereço de Leonildo José Monteiro Filho, um ex-morador de rua atendido pelo programa habitacional do Município. Depois de dormir, entre 2003 e 2009, embaixo de marquises no Centro da cidade, e de passar mais de três anos pagando aluguel, Leonildo está morando no Residencial Parque Iguaçu I, um condomínio de 416 apartamentos entregues no mês passado a famílias que estavam inscritas no cadastro da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab).

moradorLeonildo conseguiu a casa própria (Foto: Divulgação SMCS)

O atendimento de Leonildo faz parte de uma modalidade de atuação da Cohab, que tem foco na população vulnerável, segmento que inclui moradores de rua. Compõem o grupo dos vulneráveis famílias em situação de risco social e enfrentam precariedade habitacional. Juntos, eles têm direito a 3% das unidades produzidas na chamada faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida (que abrange famílias com renda de até R$ 1.600 mensais) e são selecionados para aquisição de imóveis por meio de sorteios que são realizados em sessões públicas.

Leonildo foi sorteado em 2011 e estava aguardando a conclusão do Residencial Parque Iguaçu I. Nos últimos 18 meses, ele estava morando com a esposa em uma casa de fundos com quatro peças, no bairro Rebouças e fez a mudança com ajuda de amigos. Agora, já instalado num dos apartamentos do condomínio, ele se diz satisfeito e aliviado.

“A satisfação pela conquista da moradia própria e o alívio porque troquei uma despesa de R$ 600 de aluguel por outra de R$ 80, da prestação do financiamento”, conta ele.

Desde 2006 Leonildo é militante da causa dos moradores de rua e depois de 2009, quando trocou em definitivo as marquises de prédios por um teto, passou a integrar a Movimento Nacional da População de Rua. Atualmente, ele atua como representante da região sul na coordenação nacional do Movimento.

Para ele, a moradia é parte fundamental da política de atendimento aos moradores de rua. “Quem está nesta situação precisa de apoio e oportunidades. Sem um teto e sem um trabalho, não há condições de retomar a vida. Por isso, a abertura dada pelo programa habitacional da Prefeitura aos moradores de rua é um avanço”, diz Leonildo.

Como funciona o atendimento

Para que o morador de rua seja atendido pelo programa habitacional do Município é preciso que ele faça uma inscrição no cadastro da Cohab. O encaminhamento para inscrição, no entanto, deve ser feito por meio da Fundação de Ação Social (FAS). São pessoas que estão sendo acompanhadas pela rede de proteção social da Prefeitura e que, segundo avaliação dos técnicos, já estão mais estruturadas e têm condições de deixar a rua e voltar a viver por conta própria.

“Muitas vezes elas estão vivendo nas unidades de acolhimento da FAS ou encontraram uma colocação no mercado de trabalho e, agora, precisam de uma moradia para refazer sua vida”, explica a diretora de relações comunitárias da Cohab, Neucimary Amaral.

Ao fazer sua inscrição na Cohab, o morador de rua identifica sua condição em um campo próprio do formulário e é automaticamente incluído no grupo dos chamados vulneráveis, formado por famílias que enfrentam risco social e precariedade habitacional e participam de sorteios para destinação de unidades do programa Minha Casa, Minha Vida. O grupo tem direito a 3% das unidades dos empreendimentos destinados a famílias com renda der até R$ 1.600.

Depois que ocorre o sorteio, o morador de rua contemplado passa por uma nova avaliação da FAS e, se for ele considerado apto a receber o imóvel, é direcionado ao serviço social da Cohab para encaminhar o atendimento. Como as demais famílias sorteadas, ele deve apresentar documentação para aprovação do financiamento pela Caixa Econômica Federal. Depois que recebe as chaves da unidade, irá pagar prestações entre R$ 25 e R$ 80 (conforme sua renda), pelo prazo de 10 anos. Após este período, o imóvel estará automaticamente quitado.

Atualmente, há 58 inscrições ativas de moradores de rua no cadastro da Cohab. O número de interessados já chegou a ser maior, com 80 inscritos, mas 21 deles deixaram de renovar suas inscrições e um faleceu. Até agora, quatro ex-moradores de rua (incluindo Leonildo) foram sorteados – três já estão morando em unidades do programa habitacional e um está aguardando atendimento em empreendimento que está em construção no bairro Santa Cândida.

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Ex-morador de rua de Curitiba agora tem casa própria

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