Por Marina Sequinel e Danaê Bubalo

Um sargento aposentado morreu no começo da manhã desta quinta-feira (29) depois de buscar atendimento médico no Hospital da Polícia Militar (HPM), em Curitiba. Segundo familiares, o longo tempo de espera dentro da ambulância foi decisivo para a morte de Luiz Vilmar de Souza, de 58 anos.

O sobrinho contou à Banda B que o militar passou mal em casa durante a noite de ontem e buscou atendimento no Hospital Municipal Santa Júlia, em Bocaiúva do Sul, onde morava. “Ele chegou do serviço, na Secretaria da Educação da cidade, por volta das 20h, comeu um pão e foi assistir jogo de futebol na televisão. Quando deitou, começou a sentir dores no peito. Minha tia não sabe dirigir e, mesmo passando mal, o Luiz conseguiu ir até o hospital”, disse Thiago Valmir de Souza.

No local, o quadro clínico do ex-sargento melhorou e, por isso, ele foi transferido para o Hospital Militar, em Curitiba. “Chegando lá, o meu tio teve que esperar 30 minutos dentro da ambulância para o médico atendê-lo, isso com uma parada cardiorrespiratória e vomitando. Quando finalmente o levaram para dentro, voltaram em pouquíssimo tempo para avisar que ele havia morrido”, completou o sobrinho do aposentado.

De acordo com o secretário municipal de saúde de Boicaúva do Sul, José Castro de Lima, a morte de Vilmar de Souza chamou a atenção dos funcionários que o atenderam no Hospital Santa Júlia. “Ele chegou aqui apagado e nós o estabilizamos. O paciente saiu acordado, falando com a esposa normalmente. Os familiares disseram que ele passou todo o trajeto conversando. Esperou meia hora na ambulância e teve uma crise de vômito. Nós vimos o estado que ele estava aqui, ninguém acreditou quando contaram que ele havia morrido”, declarou.

Sobre o caso, a Banda B entrou em contato com a Polícia Militar, que informou que o sargento recebeu pronto atendimento desde a chegada até a saída do corpo desta unidade hospitalar. Confira a nota na íntegra:

O paciente adentrou ao hospital, com parada cardiorrespiratória (em morte), às 04h35 desta quinta-feira (29/10), e as equipes médicas, coordenadas pelo Médico Adail Tenório Carmo, tentaram reanimar o paciente por cerca de 40 minutos, o que demonstra a atenção desprendida à situação, no entanto não houve sucesso tendo em vista que ele já chegou com parada cardiorrespiratória.

De acordo com informações apuradas pelo HPM, o Sargento Luis Vilmar de Souza já possuía histórico de AVC Transitório Prévio e diabetes e teria passado mal na tarde de ontem (28/10), sendo encaminhado ao hospital de Bocaíuva do Sul (PR), que o encaminhou ao HPM.

Em princípio, mesmo sem o contato prévio do hospital de origem (o que é praxe), ao chegar ao HPM, o paciente, que veio em uma ambulância do SAMU, sem acompanhamento médico necessário, foi recebido e prontamente atendido. Segundo a diretoria do HPM, a esposa do Sargento acompanhou os procedimentos por um período e depois pediu para sair, pois não estava se sentindo bem, e ao sair agradeceu à equipe médica pelo atendimento.

Quanto ao questionamento de existência ou não de vagas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o HPM esclarece que para ser encaminhado à UTI de qualquer hospital, o paciente deve passar primeiramente pelo processo de reanimação e ser reanimado. Neste caso se tivesse havido sucesso ele seria encaminhado imediatamente à UTI, conforme manda o protocolo, pois não havia, naquele momento restrição quanto às vagas.

Diante das informações apresentadas, o Comando Geral da Polícia Militar do Paraná determinou a instauração de uma sindicância para apurar os fatos e se restar comprovada alguma responsabilidade as medidas serão tomadas à luz da lei.

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Ex-militar morre ao entrar no Hospital da PM; família diz que espera dentro da ambulância foi decisiva

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