O diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindicombustíveis-PR), Dinho Sprenger, confirmou em entrevista à Banda B nesta quinta-feira (17) que o aumento na gasolina, devido à alta no preço do combustível, será de 10%, fazendo com que o curitibano pague mais do que R$ 3 por litro. Ele ainda afirmou que este será apenas o primeiro dos reajustes que devem acontecer nos primeiros meses de 2013.
“Nós vamos ter dois aumentos. Este primeiro que vai para R$ 3 é o aumento do produto e depois vai vir o aumento da tributação”, disse Sprenger. Ele explicou como será este segundo reajuste. “Hoje o consumidor paga 28% sobre R$ 2,82 para recolhimento da Secretária da Fazenda do Paraná. Se ao valor for para R$ 3 e o imposto continuar assim, a gasolina vai aumentar, por exemplo, no mínimo mais R$ 0,04 centavos. Este valor que parece pequeno, quando se trata de gasolina, é um rio de dinheiro”, afirmou.
Para o diretor do Sindocombustíveis, os aumentos são inevitáveis e os Governos podem mudar este quadro. “Não tem como segurar, só se o Governo Federal ou Estadual diminuir a tributação ou o preço da gasolina. Hoje o Brasil não é autosuficiente e falta combustível. O setor já estava querendo fazer o aumento na virada do ano”, descreveu.
Culpa dos impostos
Questionado sobre uma reportagem veiculada na Banda B no final do ano passado, na qual consumidores traziam relato de que, mesmo sem ter refinaria de Petróleo, o estado de Santa Catarina tinha gasolina mais baixa, Sprenger pôs a culpa nos impostos. “Veja bem, este preço tem uma série de fatores, como por exemplo, os impostos. O ICMS (Imposto sobre circulação de mercadoria) do etanol em São Paulo é 12% e no Paraná é 18%. A base de cálculos depende de outros fatores, não só o fato de se ter uma refinaria”, garantiu.
No final do ano passado, sorrateiramente, os postos de gasolina aumentaram para R$ 2,89 o litro da gasolina. Na ocasião, isto gerou inúmeros protestos por parte dos consumidores que, por meio de relatos enviados hoje a Banda B, prometem não ficar calados com o novo reajuste.
Motoristas já protestam
O anuncio do reajuste dos preços assustou os motoristas que necessitam da gasolina. Em um posto de Curitiba, o micro-empresário Esmael comentou que anda cerca de 100 km por dia e esse reajuste influenciará muito a sua economia mensal. “É complicado, para a gente que depende do carro para trabalho, esse aumento irá pesar demais no nosso orçamento. Se eu precisar fazer uma viagem, já vou pensar duas vezes no corte em outra área que eu terei que fazer”, disse.