A direção do Hospital Evangélico de Curitiba mandou à Banda B, no início da tarde desta terça-feira (22), uma nota rebatendo as acusações da Prefeitura de Curitiba de que todo o dinheiro para o pagamento do salário dos funcionários havia sido depositado. Segundo a nota do hospital, o repasse de R$ 4,2 milhões da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (SMSC) diz respeito apenas ao Hospital Evangélico e por este motivo os funcionários do Centro Médico Comunitário do Bairro Novo – CMCBN e do Centro de Especialidades Médicas do Bairro Novo – CEMBN ainda não receberam os salários atrasados.

Na nota, a diretoria do Evangélico disse entender como legítima a paralisação dos trabalhadores. “A paralisação se dá em vista do atraso do salário do mês de dezembro e da segunda parcela do décimo terceiro salário. Cabe esclarecer que o repasse de 4,2 milhões foi empregado para a manutenção do atendimento do Hospital Evangélico. Os pagamentos dos outros dois contratos dos centros do Bairro Novo não ocorrem desde outubro de 2012 acumulando o valor de R$ 2.616.909,89. Além destes valores, persiste em aberto o valor de R$ 414.300,09 referentes a uma competência do programa Rede Cegonha”, informou a direção do hospital.

Um pouco antes, a Prefeitura enviou uma nota informando que havia repassado R$ 4,2 milhões ao Evangélico com a promessa de que a direção do hospital pagaria todos os funcionários. “O acordo era que o Evangélico repassaria o valor pra todos os funcionários. Isso não foi feito”, diz a nota.

Ainda de acordo com a Prefeitura, os pagamentos dos convênios do Bairro Novo não foram feitos por questões burocráticas. “A prefeitura tem um contrato e dois convênios com o hospital. O contrato foi antecipado totalmente. Os convênios não podem ser pagos sem que a Sociedade Evangélica Brasileirafaça a prestação de contas. Eles ficaram de entregar a prestação de contas até sexta-feira e,quando isso acontecer, vai ser feito o pagamento. A prefeitura já colocou à disposição um lote de medicamentos para que o hospital não pare. O valor do repasse dos dois convênios é de cerca deR$1 milhão”, informou.

Os Centros do Evangélico no Bairro Novo estão parados desde o início desta terça-feira (22). Os funcionários em greve não aguentam mais a situação. ”Eu me sinto humilhada, como é possível trabalhar sem receber? Estou com todas as contas atrasadas. Isso é uma vergonha. Além disso, eles não dizem nada, não dão resposta. Só dizem que não há previsão. O único jeito foi entrar em greve”, disse em entrevista àBanda Buma das funcionárias da higiene do Centro Médico.