Uma reunião, na manhã desta quarta-feira (23), entre a cúpula da Secretaria Municipal de Saúde e a direção do Hospital Evangélico, decidiu que a partir das 19h de hoje o Pronto Socorro (PS) da casa hospitalar, que não recebe pacientes há três dias, irá voltar a aceitar quem for encaminhado pelo Siate e Samu. Esta decisão foi tomada no mesmo dia em que veio à tona a denúncia de que uma mulher morreu depois de esperar por 14 horas a liberação de um leito no hospital.

Em entrevista à Banda B, o secretario municipal de Saúde, Adriano Massuda, confirmo que na reunião a situação do PS foi abordada e ficou definida a volta dos trabalhadores. A assessora não soube precisar o que levou a esta decisão. Já a direção do Evangélico informou que o atendimento voltará ao normal devido a uma promessa de um novo repasse da Prefeitura, que deve girar em torno de R$ 2 milhões.

Denúncia

A volta do PS foi definida no mesmo dia em que veio à tona uma denúncia de que uma mulher de 57 anos morreu depois de esperar 14 horas para a liberação de um leito. Ela teria entrando no Centro Municipal de Urgências Médicas (CMUM) do bairro Sítio Cercado, às 9h37 e faleceu por volta das 23h40.

O fato teria acontecido porque o PS do Evangélico estava fechado e não foi possível encaminhar a paciente até lá. Enquanto a Prefeitura afirma que a negligência foi do hospital que não aceitou a paciente, o Evangélico rebate que a responsabilidade de definir para onde vai o paciente é do órgão municipal, que sabia do fechamento do PS e deveria tê-la levado a outro hospital da capital.

Greve no Bairro Novo

Já os funcionários do Centro Médico Comunitário do Bairro Novo (Hospital do Bairro Novo), em Curitiba, permanecem em greve desde a manhã de terça-feira (22) por causa do atraso nos salários. A decisão foi tomada em assembleia na noite desta segunda-feira. Os cerca de 150 funcionários estão com dois salários atrasados e alegam também que não receberam ainda a segunda parcela do 13º salário e que o vale-alimentação também está em falta. No início da manhã, os trabalhadores se reuniram novamente em frente ao Centro Médico para protestar com faixas e cartazes. Segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc), apenas 30% da equipe está atendendo.

Questionada, a assessoria de imprensa da Prefeitura afirmou que na reunião com a direção do Evangélico na manhã de hoje não houve avanço quanto às reivindicações dos funcionários do Bairro Novo. A Prefeitura mantém a postura de que o repasse já pago ao Evangélico é suficiente para quitar o salário dos funcionários e o fato deles não terem recebido diz respeito somente ao hospital.