A primeira audiência do julgamento sobre a morte de Suellen Helena Rodrigues, 29, acontece nesta sexta-feira (24), no Tribunal do Júri de Curitiba. O advogado Jaminus Quedaros de Aquino, de 59 anos, é acusado de assassinar a ex-esposa na frente dos filhos, na capital, em outubro de 2022.

“A expectativa é que hoje as testemunhas de acusação já esclareçam os fatos que ainda pendem de algum esclarecimento, embora temos a convicção de que esse processo está muito bem instruído e que teremos uma pena exemplar no plenário do Tribunal do Júri. Levaremos esse processo limpo, brilhante, para que Jaminus seja condenado a 40 anos de pena pelo homicídio de Suellen e tentativa de homicídio de seu filho de 10 anos”, afirma Bahls.

(Reprodução: Eliandro Santana / Banda B)

Nesta fase de instrução, são ouvidas todas as seis testemunhas de acusação e duas de defesa. Somente na segunda audiência, prevista para 20 de abril, é que o réu será ouvido, adiantou o advogado Jackson Bahls, que representa a família de Suellen, em entrevista para a Banda B, na manhã desta sexta. Segundo ele, “Hoje é dia de justiça

Das seis testemunhas de acusação que serão ouvidas, duas delas são oculares: a mãe de um aluno da escola, que estava com o carro de frente para o autor dos tiros, e o pai de duas crianças alunas da escola, que estava no veículo atrás. Além da advogada de Suellen, que atuava em Prudentópolis no âmbito de família, uma amiga dela, que estava morando com a vítima e os filhos, desde que chegaram a Curitiba.

Além destas, a irmã de Suellen e o pai. “Ele acompanhou todo esse sofrimento desde o primeiro dia, quando conheceu o Jaminus. Ele foi até o pai, fez promessas de amor eterno, de ser o príncipe encantado de sua filha e acabou, ao final, tirando a vida da filha dele de forma trágica e covarde”, afirma o advogado.

Jaminus foi acusado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) com a defesa da tese de prática do crime de homicídio triplamente qualificado (feminicídio, motivo torpe e emprego de meio que resultou em perigo comum), além de causas de aumento de pena, pelo crime ter sido cometido em descumprimento a medidas protetivas impostas anteriormente e na presença dos filhos do casal.

Por volta das 14h12, o réu Jaminus Quedaros de Aquino chegou ao Tribunal do Júri. Veja vídeo abaixo. Em entrevista à Banda B, o trio de advogados formado pelo réu, Mauro Corsi, Elson Marcelino e Clarissa Baruque falou sobre a expectativa da audiência.

“As qualificadoras não são pertinentes e isso será provado ao logo do processo. Pela notoridade dos fatos, tem um excesso acusatório, a defesa trabalha para corrigir isso. Para que ele seja julgado tão somente dentro dos limites do que aconteceu realmente e não do fato que é ventilado na mídia que acabou comovendo muitas pessoas.”

disse Elson Marcelino, defesa do acusado Jaminus
(Vídeo: Eliandro Santana / Banda B)

Relembre o caso

O crime aconteceu no dia 31 de outubro de 2022, no momento em que Suellen deixava os filhos na escola, no bairro Uberaba, em Curitiba. Toda a ação foi registrada por uma câmera de segurança. Suellen e os filhos haviam mudado de Prudentópolis para Curitiba havia cerca de 15 dias. De acordo com o advogado Jackson Bahls, a troca de cidade aconteceu justamente para fugir do ex-marido.

“Ela vinha de Prudentópolis buscando uma vida nova, para fugir dessa relação autoritária, de posse, que o Jaminus empreendia com ela”, disse.

Era o primeiro dia de aula dos filhos. Conforme Bahls, Jaminus comprou um carro três dias antes para que a ex-esposa não o identificasse na frente da escola. “Ele desceu do carro e a matou com quatro tiros fatais. Além de um tiro, que foi o primeiro deles, na direção do filho, a Suellen bateu a mão na arma e esse primeiro tiro ele errou e o menino está salvo e vivo graças a Deus. Ele mataria o filho, a primeira vítima dele seria o filho. A Suellen salvou a vida do filho dela. Ela morreu pelo filho. […] O segundo terceiro, quarto e quinto tiro foi que culminaram na morte da Suellen.”

Prisão preventiva

Jaminus está preso preventivamente. Além do processo pela morte de Suellen, o réu tem mandado de prisão expedido em Prudentopólis, onde descumpriu medida protetiva. “Hoje ele responde pelo descumprimento da medida protetiva e por duas ameaças. E existe outro mandado de prisão aqui em Curitiba, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, que é justamente esse processo que iniciaremos a instrução hoje.”