A segunda e última superlua deste ano poderá ser vista de todas as regiões do planeta na noite desta quarta-feira (30). Com boa visibilidade, ela já aparece no céu a partir do pôr do sol. O melhor horário para visualização, considerando o fuso de Brasília, é às 22h35.

Foto: Agência Brasil

A primeira ocorrência do evento em 2023 foi em 1º de agosto. O fenômeno é caracterizado pela maior visibilidade do satélite durante o perigeu, ponto de sua órbita mais próximo da Terra. Para os observadores, aparece 14% maior e 30% mais brilhante do que a Lua normal.

Embora chamado de superlua azul, o fenômeno não tem relação com cores. Segundo nota do núcleo de astronomia da Universidade Federal de Minas Gerais, a classificação remete à expressão em inglês “once in a blue moon”, cuja tradução é “muito raramente”. No caso, diz respeito à segunda Lua cheia dentro de um mesmo mês, como é o caso agora.

O que é raro é o fato de ser a segunda Lua cheia do mês. Aconteceu em 2009, e a próxima só em 2032“, afirma Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional, sobre a coincidência de calendário.
Como o fenômeno não tem uma definição formal regulamentada pela União Astronômica Internacional, instituições podem usar critérios próprios para dizer se acontece ou não uma superlua. No caso do Observatório Nacional, esse cálculo considera a posição da Lua ao menos 90% no perigeu, adotada pelo astrólogo Richard Nolle em 1979. Por isso, um evento em julho deste ano não poderia ser considerado uma superlua, segundo Nascimento.

Quem quiser ver o fenômeno precisa torcer apenas pela boa visibilidade de um céu sem nuvens. Na capital paulista, previsão do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da prefeitura indica que o dia começa e termina nublado, embora haja uma diminuição da nebulosidade ao longo da tarde.

De acordo com Nascimento, a qualquer momento da noite será possível ver a Lua, do pôr do sol de quarta até o raiar do dia na quinta-feira (31). “Quando o satélite estiver perto do horizonte, vai parecer ainda maior. E a luminosidade interage com as partículas que estão no ar, então vemos a lua avermelhada ou amarelada. Se a pessoa tiver a oportunidade de ver nesses horários, ótimo. Mas durante toda a noite haverá superlua.”

A próxima ocorrência de três superluas em um ano deve ser em 2028, segundo a astrônoma. Mas ela faz uma ressalva: o cálculo leva em conta a ocorrência das superluas cheias de acordo com a definição de Richard Nolle.

Seguindo esse critério, 2026 e 2027 terão apenas uma superlua cada. De acordo com o Observatório Nacional, desde o ano 2000, o dia em que a superlua mais se aproximou da Terra foi em 14 de novembro de 2016, quando estava a 356.509 quilômetros de distância do planeta. A previsão é que uma passagem tão próxima assim volte a ocorrer em 24 de dezembro de 2026, quando a Lua estará a 356.650 quilômetros da Terra.