Antes da pandemia, Mark tinha bastante autonomia no seu emprego, no departamento de TI de uma indústria americana. Ele e seus colegas conseguiam realizar seu trabalho, segundo ele, “sem que nosso gerente, você sabe, gerenciasse muito”.

“Mas isso mudou abruptamente quando a empresa fez a transição para o trabalho à distância. O monitoramento começou no primeiro dia”, segundo Mark – seu sobrenome é omitido por questões profissionais.

A empresa começou a usar software que permitia o controle remoto dos sistemas de computadores dos funcionários. Mark conta que sua equipe precisou fornecer a senha ao gerente “para que ele pudesse conectar-se sem que nós precisássemos aceitar. Se a senha mudava, ele a pedia por email logo no início da manhã.”

O gerente de Mark explicou que o propósito dessa supervisão era garantir que todos permanecessem produtivos e tivessem o mesmo tipo de comunicação aberta que havia no escritório. Mas, na verdade, a vigilância deixou Mark ansioso e colaborou para que ele rapidamente sentisse sobrecarga e burnout.

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“Era muita tensão, sentir que eu precisava usar ativamente o computador a todo momento, com medo que ele pensasse que algo como uma ligação telefônica ou uma pausa para ir ao banheiro fosse uma diminuição de ritmo da minha parte”, conta.

Com o aumento do trabalho remoto, surgiu um pico do monitoramento do ambiente de trabalho. Estimativas de 2022 indicam que o número de grandes empresas que monitoram seus funcionários dobrou desde o início da pandemia.

Existem programas de monitoramento que registram os toques nas teclas ou rastreiam a atividade do computador com capturas de tela periódicas. Outros programas gravam as ligações ou reuniões e até têm acesso às webcams dos funcionários.

Ou, como no caso de Mark, alguns programas permitem total acesso remoto aos sistemas dos funcionários.

Independentemente da forma como os profissionais são monitorados, muitas empresas estão adotando o monitoramento porque acreditam que ele garante a produtividade dos funcionários remotos, segundo a professora Karen Levy, do Departamento de Ciências da Informação da Universidade Cornell, nos Estados Unidos. Ela é autora de Data Driven: Truckers, Technology and the New Workplace Surveillance (“Guiado pelos dados: motoristas, tecnologia e a nova supervisão do ambiente de trabalho”, em tradução livre).

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