Competir com videogames, redes sociais, filmes, séries e desenhos animados. Ser mais atraente que as dancinhas, as trends e as figurinhas. Essa é a missão diária de pais e responsáveis ao redor do mundo quando o assunto é entreter e desenvolver cérebros de crianças e adolescentes. A missão é difícil e, quase sempre, vencida pelas telas.
Só que não precisa ser assim. Com um pouco de dedicação e criatividade, é possível desviar os olhos vidrados dos celulares e computadores para atividades mais proveitosas.
De acordo com a professora de Educação Infantil e assessora do 1.º ano dos colégios do Grupo Positivo Júlia Assis, para substituir o uso das telas, é importante proporcionar atividades de interesse das crianças de acordo com a faixa etária, como visitas a museus, exposições de arte e atividades de desenho e pintura.
“Jogos de tabuleiro e raciocínio lógico também são uma ótima opção, principalmente em família. Os esportes possibilitam o desenvolvimento motor, sendo uma opção excelente para substituir o tempo de tela e para o desenvolvimento integral da criança”
Outra sugestão da especialista está no contato com a natureza. Ele é riquíssimo e desenvolve habilidades importantes. “O adulto responsável deve estabelecer limites para o tempo de uso de tela, pois a criança ainda não tem maturidade cognitiva para fazer essa escolha com autonomia. Regras e combinados preestabelecidos são importantes para que a criança tenha previsibilidade do que acontecerá, principalmente para as menores de 10 anos”.
A Sociedade Brasileira de Pediatria indica que crianças menores de dois anos não devem interagir com telas; entre 2 e 5 anos apenas uma hora por dia; dos 6 aos 10 anos apenas duas horas por dia e dos 11 aos 18 anos até três horas por dia; com essas horas sendo diluídas ao longo do dia, não de maneira consecutiva.
Na primeira infância que vai até os 7 anos, as telas impactam diretamente no desenvolvimento cognitivo, psíquico e físico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o uso sem limites e sem supervisão pode causar prejuízos a longo prazo. Entre eles estão: o aumento da ansiedade e da irritabilidade, dificuldade em estabelecer relações em sociedade, comportamento violento e estímulo ao bullying.
“O exemplo é a melhor fonte de educação. É preciso que os pais também estabeleçam limites de tempo de tela para si mesmos. Chegar em casa e se desconectar das telas para se conectar com a família é fundamental para que o exemplo seja seguido pelas crianças”, recomenda.