Após uma semana sem novidades, o Paraná Clube inicia um período de decisões na Justiça. De um lado, no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR). E de outro, na 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba. O Tricolor aguarda ansiosamente pela aprovação de sua recuperação judicial (RJ) e é réu em pelo menos um processo referente ainda à segunda divisão do Campeonato Paranaense.
O primeiro ato será na sede da Federação Paranaense de Futebol, onde fica o TJD-PR. Está marcado para as 18h30 o encontro da primeira comissão disciplinar, que vai julgar, entre outros casos, a invasão de torcedores organizados do Paraná Clube no intervalo do jogo contra o Apucarana Sports, que aconteceu em 26 de maio.
Com a Vila Capanema sem público por conta da punição pela invasão do ano passado no jogo do rebaixamento, nenhum torcedor tinha permissão para entrar no estádio. Mas, no intervalo do jogo que o Paraná Clube acabou perdendo para o Apucarana, integrantes da torcida organizada invadiram o Durival Britto, intimidaram e ameaçaram jogadores e comissão técnica do Tricolor.
O árbitro
O Paraná Clube foi para o banco dos réus por conta do relato do árbitro Ivan Correa Laureano. “Conforme relato do sr. Marcelo Vaz, chefe da segurança do estádio e da arbitragem, houve uma invasão de cerca de 30 torcedores do Paraná Clube às dependências do estádio. O grupo adentrou por um portão lateral e foi contido pela Polícia Militar antes de terem acesso à arquibancada social. Após o término da partida, também foi possível ouvir explosões de artefatos explosivos arremessados pela torcida“, disse Laureano na súmula.
Denunciado no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, o Paraná Clube não corre risco de punição esportiva (perda de mandos ou pontos), mas pode levar uma multa de até R$ 100 mil. Um golpe nas finanças já combalidas do Tricolor, que até maio do ano que vem não terá nenhuma receita proveniente do departamento de futebol.
Paraná Clube na espera
Ao mesmo tempo, a diretoria do Paraná Clube aguarda ansiosamente pela aprovação da recuperação judicial. O caso está com a juíza Mariana Gluszcynski Fowler Gusso, titular da 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba. Os credores aprovaram a RJ paranista em 12 de junho, e a expectativa era de que o caso fosse analisado em até 20 dias. Este prazo passou, e já são 35 dias de espera.
A RJ é considerada a única salvação para o Paraná Clube evitar um pedido de falência. A negociação com os credores permite a redução da dívida total em pelo menos 40%, com uma série de garantias necessárias e a obrigação do Tricolor pagar em dia todos os seus compromissos. A diretoria espera a aprovação da RJ para acelerar o processo de transformação em SAF. O plano paranista é obter cerca de R$ 100 milhões no mercado.