O Paraná Clube aguarda para os próximos dias o desfecho do seu plano de recuperação judicial. A expectativa é que até o final desta semana seja conhecida a decisão da juíza Mariana Gusso, da 1ª Vara de Falências de Curitiba. Ela recebeu na sexta-feira (25) a manifestação do Ministério Público, que recomendou a aprovação da RJ com a apresentação de certidões negativas de débito por parte do Tricolor. O clube tem pressa porque há interessados em adquirir a SAF paranista.

E um dos nomes seria conhecido – o do empresário João Destro, dono de uma das maiores redes atacadistas do País. O nome de Destro entrou no noticiário esportivo em 2012, quando ele arrematou o estádio Pinheirão em leilão para pagamento de dívidas da Federação Paranaense de Futebol com o INSS. Nestes onze anos, o antigo estádio não teve nenhuma intervenção – na verdade, apenas o cercamento de toda a área, com a informação de que o terreno agora pertence à JD Agricultura e Participações. Em contato com a Banda B, a diretoria do Paraná garante que não houve nenhum contato com João Destro.

O interesse na SAF do Paraná Clube vem por conta do possível retorno publicitário – que dependeria, claro, da recuperação em campo do time, hoje sem calendário até maio. Mas há a consciência de que o Tricolor pode ser uma grande plataforma publicitária caso retorne às competições nacionais. Além disso, há a possibilidade de a sede da Kennedy ser incluída como garantia do contrato.

Mais interessados

Além da JD Agricultura e Participações, de João Destro, mais três grupos estão interessados em adquirir a SAF do Paraná Clube. Em junho, a Banda B noticiou que uma igreja e uma loja de varejo seriam candidatos à comprar o Tricolor. Estes grupos seriam do Rio de Janeiro e de São Paulo, com o mesmo olhar sobre a possibilidade de exploração comercial do clube. Segundo a diretoria paranista, há interessados, mas os nomes não serão divulgados.

Paraná Clube e a prefeitura

Enquanto trata da SAF, o Paraná Clube lida com a busca das certidões negativas, citadas pelo MP e também pela juíza Mariana Gusso como fundamentais para a aprovação da recuperação judicial. Um grupo de empresários, advogados e políticos está ajudando o Tricolor na obtenção desses documentos. Com a prefeitura de Curitiba, há a tentativa de quitação integral da dívida – que seria uma manifestação clara do clube de que vai honrar seus compromissos quando da aprovação da RJ.

Neste momento, está havendo o levantamento completo das dívidas do Paraná Clube com o município. O grupo que ajuda a diretoria está confiante de que todo esse processo seja realizado até o final do ano. A ideia é demonstrar claramente à Justiça que a recuperação judicial será uma “refundação” do Tricolor, com uma mudança de postura em relação à administração do clube e uma conduta responsável com as finanças.

Estádio do Pinheirão, adquirido por João Destro, que é um dos interessados na SAF do Paraná Clube.
João Destro arrematou o Pinheirão em 2012. Foto: Geraldo Bubniak/AGB