O Paraná Clube ganhou um tempo extra – não o que pedia – para começar o pagamento da recuperação judicial. Na Assembleia Geral de Credores realizada nesta quarta-feira (28), na sede da Kennedy, foi aprovada a suspensão dos pagamentos por 60 dias (dois meses, no caso). Neste período, o Tricolor espera conseguir encaminhar a venda da SAF. E, para isso, conta com as mais recentes decisões da Justiça. A apuração desta reportagem é compartilhada com o jornalista Guilherme Moreira, parceiro da Banda B na cobertura do caso.

Como a Banda B informou, o Paraná Clube queria uma nova carência de um ano para o início do pagamento da RJ. Mas os credores não aceitaram um tempo tão longo, e o acordo chegou aos 60 dias. Neste período, vão acontecer também as eleições do Tricolor, além das negociações pela SAF. A tendência é que o presidente interino Aílton Barboza de Souza seja eleito agora para um mandato completo. Por isto, já ficou encaminhado um novo encontro da diretoria paranista com os credores para o final de outubro, quando termina este novo prazo.

Os dirigentes do Paraná Clube e o empresário Carlos Werner estão confiantes em um desfecho positivo. Segundo interlocutores que estiveram na assembleia geral, foram confirmadas as duas propostas pela venda da SAF – uma delas teria o valor de R$ 350 milhões e outra de R$ 200 mi. Há a expectativa tricolor para que uma das propostas seja oficializada em breve. E os credores instituíram uma comissão que vai também avaliar a situação da transformação do clube em SAF.

Paraná Clube e a Kennedy

O palco da Assembleia Geral dos Credores foi tema do último despacho da juíza Mariana Fowler Gusso, da 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba. Ficou definido que o valor da área da sede da Kennedy terá o valor que havia sido determinado pelo leiloeiro Hélcio Kronberg – exatos R$ 68.727.000,00. O pedido do Paraná Clube, que queria o valor aumentado em quase R$ 20 mi não foi aceito pela magistrada. “(O leiloeiro) justificou de forma plausível os métodos por ele adotados e utilizados no mercado imobiliário”, diz o despacho.

Mas a boa notícia é que o pedido de quase 100 credores e do próprio Paraná Clube para que a Prefeitura de Curitiba fosse convocada no processo foi aceito pela juíza Mariana Gusso. O objetivo é esclarecer se o Município vai criar objeções ao leilão da sede da Kennedy – alguns interessados na SAF alegaram insegurança na realização do leilão sem o aval da prefeitura. Com um OK do Município, a alienação da área poderá ser realizada sem riscos de contestação, um passo fundamental para a reconstrução do Tricolor.

Confira o último despacho da juíza Mariana Gusso