O delegado da Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe), Luiz Carlos de Oliveira, esclareceu, nesta quarta-feira (4), a investigação do caso de racismo que ocorreu no Couto Pereira, no último domingo (1º), durante o clássico Atletiba. Na ocasião, dois torcedores do Coritiba imitaram macacos em direção à torcida do Athletico.
De acordo com o delegado, os dois já foram identificados, por meio de câmeras de segurança do Coxa, e ambos já se apresentaram e contaram suas versões sobre o que ocorreu. Agora, a decisão vai para a Justiça.
“A Demafe não demorou dois dias para esclarecer o caso de racismo. Nós identificamos os torcedores, com o auxílio do Coritiba, e posteriormente foram apresentados os dois torcedores, um deles é sócio do clube, e foram indiciados. Iremos ouvir uma testemunha, fazer o relatório e remeter à Justiça“, disse Luiz Carlos. O sócio, inclusive, deve ser expulso do quadro associativo do clube.
Nenhum dos dois torcedores assumiu, de fato, que praticaram o ato racista. No entanto, as imagens batem de frente com a versão deles e comprova que o racismo ocorreu em provocação aos torcedores do time adversário.
“Ninguém vem aqui e fala que fez o ato racista. Eles contaram uma história, têm o direito de falar e disseram que fizeram o ato, sendo um deles de cor negra. Eles podem falar o que quiserem, pois o papel aceita tudo, mas temos um vídeo que mostra o gesto racista. Então é inevitável que as provas sejam controversas”, acrescentou o delegado.
Caso de urina arremessado
Outra situação que a Demafe teve que resolver foi a de um torcedor do Coritiba que filmou ter arremessado um copo com urina em direção ao espaço reservado para a torcida do Athletico. Ele mesmo publicou em suas redes sociais, o que gerou provas contra o próprio.
“Tivemos um outro caso de um torcedor, que tinha um copo com urina e atirou na torcida do Athletico. Já foi identificado e foi feito um termo circunstanciado de provocação de tumulto“, explicou Luiz Carlos, informando que o torcedor vem sendo ameaçado pela atitude que tomou.
Delegado se revolta com caso de racismo e confusões
Ao explicar o trabalho da Polícia Civil ao longo do domingo antes, durante e depois do clássico, o delegado da Demafe ressaltou que várias confusões foram encerradas em terminais e outros pontos da cidade, mas a crítica foi muito maior justamente na questão do racismo.
“Lamentavelmente, existem torcedores com atitudes medievais, atitudes que abominamos. Nós nos tornamos vítimas desses torcedores e nunca foi admissível esses atos“, esbravejou ele.
“Temos que colocar na sociedade uma forma de não mais existência destes fatos lamentáveis. Nós somos um país galgando o primeiro mundo, o país do futebol e tudo isso vem prejudicando a nossa imagem”, completou.

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Demafe esclarece caso de racismo em Atletiba e delegado se revolta: “atitudes medievais”
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