Independente da época, é uma missão difícil ser ídolo em clubes rivais. Quando isso acontece, o responsável pode até ganhar um quadro na ante-sala da diretoria de um dos times. Foi o caso do atacante Tuta. Ele foi fundamental em título paranaense do Athletico de 1998, mas foi no Coritiba que o gesto de silêncio para a torcida rubro-negra ganhou moldes e força em uma foto enquadrada na sala de imprensa do Couto Pereira.

Tuta chegou ao Athletico com fama de goleador que já tinha na Portuguesa no final dos anos de 1990. Nessa época tirar um jogador da Lusa não era tão simples, visto que o time paulista estava em alta. Vinha, por exemplo, de um vice -brasileiro em 96. Perdeu a final para o Grêmio de Felipão.

Mas Tuta veio, tornou-se artilheiro, daqueles clássicos camisas 9. Foi eleito um dos melhores do Paranaense de 98. Parecia que a identificação do atacante com o time da Baixada seria única e não transferível. Parecia…

Isso mudou seis anos depois

Em 2004, jogando pelo Coritiba, Tuta calou a Arena da Baixada, na conquista do Paranaense, após jogo de seis gols. O Coxa, que tinha vencido por 2×1 no Couto Pereira, saiu na frente, tomou a virada, empatou e levou o 3×2. No final, Tuta garantiu o empate e consequentemente o título.

Sempre tive um carinho grande pelo Athletico, por tudo que eles me proporcionaram. Não vi meu nome (no site do clube) como artilheiro do Paranaense (de 1998). Então, foi um desabafo. Mesmo assim, o carinho continua o mesmo

Tuta – ex-atacante

O gesto para a torcida do ex-clube pedindo silêncio ficou eternizado nas fotos e no coração da torcida alviverde.

Naquele jogo, curiosamente, o Coritiba era comandado por Antônio Lopes. O treinador seria então o comandante do rival Athletico no vice-campeonato da Libertadores do ano seguinte, perdendo título para o São Paulo.

Tuta - Coritiba
O atacante Tuta fez o gol do título do Paranaense de 2004 do Coritiba Foto: Reprodução/Instagram