Em apenas dois jogos no comando do Coritiba, o técnico interino Thiago Kosloski alcançou algo que nenhum de seus antecessores conseguiram: vencer no Brasileirão. E não só os resultados positivos, diante de Goiás e América-MG, mas a postura do time fez com que a torcida voltasse a apoiar o Coxa.
No Couto Pereira, no último sábado (8), no triunfo sobre o Coelho, o clima era de total empolgação nas arquibancadas. Os mais de 22 mil torcedores que foram ao estádio aplaudiram e incentivaram o alviverde, especialmente o treinador, que destacou o que fez essa união torcida e elenco voltar.
“Sei que o caminho é longo. Têm mais 24 jogos pela frente, ainda estamos na zona de rebaixamento, mas o espírito, a garra e a atitude, nós devemos tudo isso aos torcedores. Os jogadores compraram essa ideia. Terão jogos que não vamos conseguir ganhar, a derrota vai vir, mas o que temos que fazer é tentar manter o equilíbrio e somar o maior número possível de pontos em casa”, afirmou, em entrevista coletiva.
Técnico recuperou confiança do elenco do Coritiba
Entre assumir o comando do time principal até o embate com o América-MG foram apenas 12 dias. E neste pouco tempo que teve entre deixar o sub-20 e arrumar a casa do Coritiba, Thiago Kosloski priorizou recuperar o emocional dos jogadores, que vinha em queda com tantos resultados negativos, mesmo quando o time jogava bem, e com uma pressão por conta da última coletiva do ex-comandante Antônio Carlos Zago, que criticou – e muito – todo o grupo.
“Quando você trabalha em uma empresa, você tem que gostar de estar ali. E quando o clima é leve, a tendência é o seu rendimento crescer. Eu peguei uma equipe abalada, sem confiança, com atletas desconfiados, e a primeira coisa que fiz foi mostrar que eles podem“, reforçou o interino.
Mais do que o lado psicológico, ele mudou a forma de o Coxa jogar. Kosloski admitiu que mesmo trabalhando diariamente no CT da Graciosa, não conseguia acompanhar os treinamentos do elenco principal, por conta dos compromissos com o sub-20. Mas conseguiu encontrar o que cada atleta tem de melhor e explorar isso em campo.
“A primeira coisa que eu fiz foi um estudo do elenco. Quando você tem o estudo e começa a encaixar as peças nos lugares corretos, você potencializa o que eles têm de bom. Mostrei os erros para eles e pedi uma atitude diferente. Quando eles absorveram aquilo, a confiança multiplica e é ela que nos move”, completou o treinador.
Interino ou efetivo
Com os bons resultados e desempenho, Thiago Kosloski já ganha um lobby para deixar de ser interino e ser efetivado. Porém, o status da sua função é o que menos lhe preocupa no momento.
“Não me preocupo com isso. Tudo que tiver que acontecer, vai acontecer no momento certo. O principal agora é ajudar o Coritiba a sair da zona de rebaixamento, devolver ao clube o que ele me deu de bom. Eu escolhi vir para cá, abri mão de questão financeira para realizar esse sonho”, garantiu.
O treinador chegou ao clube em fevereiro de 2022. Antes, havia sido auxiliar de Vasco, CRB e Chapecoense. Na época com 40 anos, viu no Alviverde a chance de dar uma repaginada na carreira, mesmo dando passos atrás, saindo da comissão técnica de times principais para comandar categorias de base.
Fez cursos da CBF, onde conheceu Ramón Menezes, técnico da seleção sub-20 e olímpica do Brasil e que levou o agora comandante do Coritiba como auxiliar para o Sul-Americano e para a Copa do Mundo da categoria.