Sócio da Treecorp, o empresário Roberto Justus criticou as cobranças e reclamações dos torcedores do Coritiba em cima da SAF. O publicitário participou do podcast Inteligência Ltda, na última segunda-feira (12), e se viu em meio a uma saia justa.

Ao longo do programa, muitos coxas-brancas mandaram mensagens no chat do canal contestando a Treecorp, que obrigou o assunto entrar na entrevista. E Justus tentou explicar qual é o envolvimento dele no Alviverde.

Eu acho que sou persona non grata no Paraná, mas injustamente. Eu tenho uma empresa, que meu genro (Bruno D’Ancona) toca, com outro sócio, que é a Treecorp. Uma empresa que compra outras empresas e saímos de operação depois de alguns anos dando lucro. Nós somos muito competentes, ao contrário do que os torcedores do Coritiba acham“, relatou ele.

O Coritiba é um clube fantástico, tem uma torcida incrível, enorme, a maior torcida do Paraná, maior que a do Athletico, que é outro clube incrível. Mas eu não tenho nada a ver com o Coritiba. Não estou administrando, não estou envolvido no projeto. No negócio eu me simpatizei com o Coritiba e torço para alcançar o degrau que tem que alcançar”, completou.

Justus nega culpa da SAF por rebaixamento do Coritiba

Ao tentar explicar como a Treecorp vem trabalhando internamente no Coritiba, Roberto Justus explicou que o principal passo era resolver as pendências financeiras que o clube vinha acumulando ao longo dos últimos anos. Porém, cometeu um equívoco ao falar sobre datas e prazos.

“O que a Treecorp fez competentemente, diferente do que acham, pegaram um clube falido, que estava em recuperação judicial, e que não está nem há um ano lá. Mas eu entendo a torcida, que é coração e não estão enxergando. Liquidamos a dívida do clube, administrativamente as decisões que foram tomadas… Quando o clube caiu para a Série B, a empresa não tinha nem 60 dias lá, ele caiu pela gestão anterior“, afirmou.

Porém, a venda de 90% das ações da SAF foram vendidas à Treecorp em junho de 2023, ou seja, há 14 meses, mais de um ano, ao contrário do que o empresário citou. E, antes disso, a empresa já geria o Alviverde, com algumas tomadas de decisões e contratações de dirigentes.

Fora isso, o rebaixamento foi concretizado no final de novembro, mais de seis meses após a Treecorp, oficialmente, estar no Coxa, e não 60 dias, como ele falou.

Promessa de reação a longo prazo

Sobre o atual momento do Coritiba, que está mais próximo da zona de rebaixamento do que do G4 da Série B, Justus destacou que a dificuldade é esperada, pensando no futebol como um negócio, e que o imediatismo é que acaba atrapalhando o trabalho.

“Não tá voltando ainda, está com dificuldade, porque não dá para comprar 20 jogadores de uma vez só e esquecer todo o resto. Tem todo um planejamento por trás, um projeto, acerta um, erra outro, mas chegou uma turma muito boa, um técnico experiente, e os resultados vão vir. Gostaríamos que viesse antes, mas é cedo para crucificar quem está fazendo um planejamento muito bom”, afirmou ele.

O brasileiro é muito imediatista, não acontece da noite para o dia. A empresa não tem nem um ano de SAF, não tem condição. Poderia ter dado mais sorte, algumas contratações não foram boas, mas faz parte. Tem que ter paciência e dar tempo ao tempo. As dificuldades existem. Empresarialmente, as decisões foram muito boas. O clube está equilibrado financeiramente”, acrescentou.

Por fim, o publicitário reforçou a confiança no que vem sendo feito no Coritiba e apontou que, cedo ou tarde, os resultados vão vir, o Coxa vai se reerguer e aí os críticos vão mudar a opinião e lamentar as cobranças injustas que fizeram.

“E a gente sofre com isso, é chato ser pré-julgado antes do tempo. Eu não estou lá, sou sócio, mas não tenho ingerência no dia a dia. Tenho certeza que a hora que der resultado, aí o Bruno e toda a turma que está lá vão virar deuses e as pessoas vão se arrepender“, finalizou o publicitário.

Roberto Justus, em jogo do Coritiba no Couto Pereira
Roberto Justus explicou como funciona o trabalho da Treecorp no Coxa. Foto; Geraldo Bubniak/AGB