Quando Lucas Ronier estreou pelo profissional do Coritiba, no dia 3 de dezembro de 2023, na derrota por 1×0 para o Red Bull Bragantino, o destino do time já estava traçado. O Coxa já estava rebaixado no Brasileirão e aquelas últimas rodadas serviram como uma espécie de laboratório e testes para alguns atletas.
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Entre eles, o atual camisa 11 alviverde, que, quase dois anos depois daquele primeiro jogo, é uma das referências da equipe e está perto de recolocar o clube novamente na elite. Mesmo depois de um 2024 de firmação, embora os resultados não tenham vindo, de momentos turbulentos que o tiraram de algumas partidas e cobranças por um desempenho melhor.
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Em entrevista exclusiva à Banda B, Ronier reviveu todos esses momentos de altos e baixos que o colocam junto com o Coritiba e toda a torcida na expectativa desta reta final da Série B para confirmar matematicamente o acesso.
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“Eu não vejo a hora de conseguir esse acesso o mais rápido possível. São quatro jogos importantes para nós, mas a gente sempre visa o próximo adversário. Temos um grupo experiente para controlar a ansiedade e manter o foco para conseguir o objetivo”, afirmou ele.
Início de temporada ruim e instabilidade do ataque
Quem vê o Coxa líder da segunda divisão, precisando de três ou quatro pontos para conquistar o acesso, pode nem lembrar que o inicio da temporada não foi da melhor forma, com eliminações precoces nas quartas de final do Paranaense, para o Maringá, e na primeira fase da Copa do Brasil, diante do Ceilândia.
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Porém, naquele período, o Alviverde viveu momentos turbulentos, que, segundo Lucas Ronier, foram importantes para o time ter essa evolução ao longo da Série B, mesmo que a confiança nunca tenha sido abalada, pela forma do elenco trabalhar.

“Acredito que todo time tem momentos difíceis. Mas nosso elenco é muito cascudo, experiente, acostumado a lidar com essas circunstâncias e nunca duvidamos. Mesmo com as eliminações, nunca deixamos de acreditar. Quando você trabalha bem, as coisas acontecem naturalmente”, declarou.
E mesmo diante da boa campanha na competição, Ronier e os demais atacantes não passaram ilesos de críticas, especialmente por conta do baixo desempenho ofensivo do time, que marcou apenas 35 gols nessa campanha, sendo apenas 16 feitos por atletas do setor. Algo que ele admitiu que vem incomodando, mas seguiu o discurso do técnico Mozart, ressaltando o passado dos companheiros.
“Tem jogo que a bola não vai entrar mesmo, e temos que seguir trabalhando. Claro que incomoda, nós atacantes sempre somos mais cobrados que os demais. Mas temos jogadores experientes, que já foram artilheiros, e não precisam provar mais nada na carreira”, ressaltou.
Afastamentos no Coritiba
Mas, além dos números, certamente o que mais marcou o piá do Couto nesse período no profissional foram os dois afastamentos do grupo principal. Primeiro em 2024, quando não foi relacionado para uma partida e seguiria fora enquanto não renovasse o contrato – o que acabou ocorrendo, com vínculo até o final de 2027.

Depois, em 2025, ficou fora por dois jogos, após se envolver, junto com o lateral-direito Felipe Guimarães, em uma confusão no hotel da concentração coxa-branca. Situações que serviram, principalmente, para o ser humano Lucas Ronier amadurecer.
“A nossa carreira tem caminhos que vão doer um pouco mais e a gente vai aprender mais, como tem caminhos mais fáceis. Mas isso só serve para fortalecer a gente. Acredito que tenho a cabeça muito boa, consigo lidar com todas as circunstâncias, e sempre estive tranquilo. Foi um aprendizado, sei da minha índole, da pessoa que eu sou”, afirmou o garoto, que é importante lembrar, tem apenas 20 anos.
Futuro no “clube gigante”
O atacante chegou ao Coritiba ainda muito novo, com apenas nove anos. E com tanto tempo de casa, estreitou ainda mais sua relação com o clube, do qual faz questão de ressaltar a importância e a história. Tanto que se tornou um dos responsáveis por mostrar o que, de fato, é o Alviverde, para os reforços que foram chegando ao longo do ano.
“É um aprendizado subir do sub-20 para o profissional e podermos passar essa visão do Coritiba para jogadores experientes, que ganharam em outros clubes. Passar realmente o que é ser o Coritiba, que é muito além do que ser um clube. É um clube gigante, que tem que ser colocado em primeiro lugar“, disse Ronier.

E até por essa identificação, o jogador quer voltar ao início de tudo, defendendo o Coritiba outra vez em uma Série A, o que pode acontecer daqui três meses, quando se inicia o Brasileirão de 2026. Mas e depois? Com mais dois anos de contrato, ele prefere dar um passo de cada vez, embora não esconda o sonho a longo prazo.
“Meu pensamento é todo aqui no Coxa, é conseguir o tão sonhado acesso, os objetivos aqui dentro. Mas claro que todo mundo quer jogar fora do Brasil, uma Champions League. Mas estou focado aqui no Coxa, tenho o sonho de conquistar aqui, nunca escondi isso, e agora tenho a oportunidade de colocar o clube na Série A”, completou o camisa 11 coxa-branca.
