Logo na sua primeira experiência como técnico profissional, Thiago Kosloski encara um desafio gigante no Coritiba. E se o desafio do campo está virando poeira, com o iminente rebaixamento, fora dele o jovem treinador sente as agruras da profissão. Na derrota deste domingo (5) para o Goiás por 1×0, no Couto Pereira, ele foi um dos alvos da irritação da torcida – que, apesar de apoiar o time, deu sinais de cansaço com a sequência de jogos perdidos dentro de casa.

A torcida reagiu mal a várias situações envolvendo Thiago Kosloski. A entrada de Diogo Oliveira no intervalo, semanas após ter dado uma cabeçada em Kuscevic, que dificilmente retorna neste Brasileirão, foi vaiada. E ali surgiram os primeiros gritos de “burro” na noite deste domingo. A revolta aumentou com a entrada de Lucas Barbosa, que se indispôs com torcedores após a derrota para o Grêmio, e explodiu quando o treinador do Coritiba foi expulso.

Foram duas reações. Primeiro, muitos torcedores comemoraram a expulsão de Kosloski. Depois, enquanto seguia para o vestiário do Couto Pereira, o técnico do Coritiba voltou a ouvir, desta vez com mais força, o grito de “burro”. Mais uma vez bastante abatido, ele tentou minimizar o que aconteceu. “Hoje, a nossa torcida empurrou a gente, mas tinha uma meia dúzia atrás de mim xingando. A gente respeita o torcedor, ele está no direito dele, não tenho problema nenhum com isso. Ser chamado de burro é a vida do treinador“, resumiu, em entrevista coletiva.

Coritiba à beira do precipício

Normalmente otimista, Thiago Kosloski já enxerga o rebaixamento no horizonte, mesmo que não fale diretamente no assunto. “O meu sentimento é de tristeza. Tudo isto vai passar, o Coritiba vai sair desta situação. Pode até demorar, mas o clube vai sair mais forte de tudo isso“, comentou o treinador. “Aquele torcedor que realmente é torcedor do Coritiba, que olha o jogo e entende , talvez ele faça uma análise um pouco diferente”, completou.

Ao chegar no 20º jogo comandando o Coritiba (seis vitórias, um empate e 13 derrotas, aproveitamento de 31,67%), Thiago Kosloski não fugiu da própria responsabilidade, mas deixou nas entrelinhas que mais gente tem culpa no cartório, e que há tempos não dá satisfação à torcida. “A minha parcela de responsabilidade é a parcela de todos. Eu entrei em uma situação muito difícil, tentei ajudar o clube da melhor maneira, matei no peito muitas situações, mas o campeonato é muito complicado“, finalizou.

Thiago Kosloski. técnico do Coritiba.
Thiago Kosloski vive a dura situação do Coritiba. Foto: Geraldo Bubniak/AGB

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Coritiba: técnico desabafa após vaias, xingamentos e expulsão

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