O Atletiba do dia 5 de fevereiro ainda não terminou. Nesta quarta-feira (1), a briga generalizada do clássico vai a julgamento na terceira comissão disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná. A partir das 18h, advogados, auditores e procuradores ‘entrarão em campo’ para um jogo que dificilmente terminará com o apito final.

A briga do Atletiba correu em dois caminhos jurídicos. Alguns dos envolvidos foram denunciados pela Delegacia Móvel de Futebol e Eventos, da Polícia Civil, e aguardam uma audiência sobre a acusação de crime de rixa. E o procurador do TJD Pedro Feitosa levou a julgamento os dois clubes, nove atletas, os presidentes de Athletico e Coritiba, outros dois dirigentes do Coxa e o árbitro José Mendonça da Silva Júnior.

O julgamento desta quarta-feira deve ter desdobramentos. Caso haja punição superior a dois jogos (de suspensão ou perda de mando), os envolvidos da dupla Atletiba devem entrar com efeito suspensivo, previsto no Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Se isso acontecer, a decisão fica para o pleno do TJD. E com qualquer resultado procuradores ou envolvidos podem levar o caso ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

As denúncias do Atletiba – os clubes

Athletico: Acusado de não “tomar providências capazes de prevenir e reprimir a desordem em sua praça de desporto”, por objetos jogados dentro do campo, pela invasão de torcedores, pela suspensão da partida, pela invasão de campo por dirigentes, atletas e comissão técnica e pela conduta dos atletas na briga no Atletiba. Punições: multa de R$ 100 a R$ 330 mil (somando as três denúncias), perda de mando de uma a dez partidas e perda dos pontos.

Coritiba: Acusado pela invasão de campo por dirigentes, atletas e comissão técnica e pela conduta dos atletas na briga no Atletiba. Punições: multa até R$ 30 mil.

Confusão durante o Atletiba.
Confusão durante o Atletiba. Foto: Geraldo Bubniak/AGB

As denúncias do Atletiba – os cartolas

Mário Celso Petraglia, presidente do Athletico: pela invasão do campo. Punição: de 15 a 180 dias de suspensão.

Glenn Stenger, presidente em exercício do Coritiba: pela invasão do campo. Punição: de 15 a 180 dias de suspensão.

João José de Souza, vice-presidente do Coritiba: pela invasão do campo. Punição: de 15 a 180 dias de suspensão.

Lucas Drubscky, head esportivo do Coritiba: pela invasão do campo. Punição: de 15 a 180 dias de suspensão.

As denúncias do Atletiba: o árbitro

José Mendonça da Silva Júnior: por deixar “de relatar todas as ocorrências disciplinares ocorridas, o que trouxe prejuízo à análise dos fatos pela Procuradoria de Justiça Desportiva. Ainda, há contradição em alguns pontos da denúncia que podem gerar interpretações diversas e, eventualmente, penalidades diversas. Punição: suspensão de 30 a 360 dias e multa de R$ 100 a R$ 1.000.

Os jogadores do Athletico

Thiago Heleno: por “com a bola fora de jogo o referido atleta chegou de forma violenta desferindo um soco atingindo o rosto de seu adversário de número 11 (Alef Mangueira Severino Pereira) durante o tumulto generalizado. Na sequencia ele tenta atingir este mesmo adversário mais uma vez com um soco”. Punição: suspensão de quatro a 24 partidas.

Pedro Henrique: por, durante a briga do Atletiba, desferir “um chute atingindo seu adversário de número 11 (Alef Mangueira Severino Pereira) e após o reinício de uma nova confusão troca socos com seu adversário de número 13 (Fabricio Daniel de Souza) próximo a bandeira do tiro de canto”. Punição: suspensão de quatro a 24 partidas.

Christian: por, durante a confusão, “este atleta com violência atinge com um chute seu adversário de número 11 (Alef Mangueira Severino Pereira) e em seguida desfere um soco atingindo seu adversário de número 1 (Gabriel Vasconcelos Ferreira)”. Punição: suspensão de quatro a 24 partidas.

Pedrinho: por, no momento em que a confusão diminuía, ele correr “e com violência atingiu com um pontapé as costas de seu adversário de número 11 (Alef Mangueira Severino Pereira). Esta ação desencadeou o reinício de uma nova confusão generalizada”. Punição: suspensão de quatro a 12 partidas.

Terans: por, segundo a súmula, ter havido “um desentendimento com seu adversário de número 44 (Marcio Gleyson Leite da Silva) e o referido atleta puxou a cabeça deste adversário com ambas as mãos de forma violenta para baixo. Esta ação desencadeou uma briga generalizada no campo de jogo. Após este fato ele foi agredido com um chute por seu adversário de número 11 (Alef Mangueira Severino Pereira) e revidou com um soco”. Punição: suspensão de quatro a 24 partidas.

Atletiba terminou com confusão generalizada no último minuto do jogo.
Atletiba terminou com confusão generalizada no último minuto do jogo. Foto: Geraldo Bubniak/AGB

Os jogadores do Coritiba

Fabrício Daniel: por ter tentado “atingir com um chute seu adversário de número 48 (Pedro Henrique Azevedo Pereira) e ato contínuo troca socos com seu adversário de número 34 (Pedro Henrique Ribeiro Gonçalves), este fato ocorreu próximo a bandeira do tiro de canto. Punição: suspensão de quatro a 24 partidas.

Alef Manga: segundo a súmula, “após desentendimento entre os atletas número 44 da equipe visitante (Marcio Gleyson Leite da Silva) e camisa 10 da equipe mandante (Miguel David Terans Perez), o senhor Alef Mangueira Severino Pereira corre em direção a ambos e atinge com um empurrão e socos seu adversário de número 10. Necessitou ser contido por companheiros e
seguranças”. Punição: de quatro a 12 partidas.

Márcio Silva: segundo a súmula do Atletiba, “com a bola fora de jogo este atleta passa a mão na nuca do seu adversário de número 10 (Miguel David Terans Perez) de forma provocativa e isso
desencadeia um desentendimento entre ambos. Ato contínuo desfere um tapa atingido-o na nuca”. Punição: de quatro a 12 partidas.

Victor Luís: por ter, “conforme imagens e provas”, ter agredido um jogador do Athletico. Punição: de quatro a 12 partidas.

O técnico do Coxa

António Oliveira: após a confusão do Atletiba, “este senhor adentrou o campo de jogo e dirigiu-se à equipe de arbitragem, com o dedo em riste próximo ao meu (do árbitro) rosto e de forma desrespeitosa proferiu aos gritos as seguintes palavras: “Isso é tudo culpa de vocês, os erros de vocês causaram tudo isso”. Punição: suspensão de uma a nove partidas.

Briga generalizada no Atletiba 391.
Dupla Atletiba protagonizou cenas de violência na Baixada. Foto: Geraldo Bubniak/AGB