Dez meses após a queda no Brasileirão e passadas 30 rodadas da Série B, com o time na luta pelo acesso, o rebaixamento ainda é um assunto que rodeia o Athletico. Em entrevista ao programa Bate Pronto, da Jovem Pan News, o ex-jogador e dirigente do Furacão, Paulo Miranda, deu mais detalhes sobre a trágica campanha no ano do centenário.

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Paulo Miranda viu, como dirigente, o crescimento do clube na última década. Em um curto intervalo de tempo, o Rubro-Negro venceu uma Copa do Brasil e duas Sul-Americanas. Nos bastidores, foi peça importante de uma arquitetura que, aos poucos, se solidificou.

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Todavia, em 2024, uma sucessão de erros derrubou o Athletico para a Série B. A queda no ano do centenário, algo inimaginável pela estrutura criada, ainda causa mágoas nos torcedores. Para Paulo Miranda, porém, a explicação do rebaixamento é mais simples do que parece: a desunião na diretoria do clube. Para ele, inclusive, há um culpado em especial que deixou um legado ruim no Furacão.

Quando dirigentes chegaram no Athletico sem ter o conhecimento do que era o clube, acabamos que começamos a ter problemas. Um desses caras, vou citar aqui, foi o Alexandre Mattos. Quando ele veio, e na minha opinião o Athletico aproveitou errado a oportunidade de mercado de tê-lo contratado, muita coisa mudou. Tentávamos mostrar pra ele algumas coisas e, no fim, deu errado. Fomos pra um lado que não era bom. É diferente do que era, por exemplo, quando tínhamos o Paulo Autuori e Paulo André na diretoria, que eram caras que conheciam bem o Athletico. Se o Petraglia tivesse estado mais próximo no ano passado, ele estaria vendo o que eu via.

Citado por Paulo Miranda, Alexandre Mattos é um dos grandes dirigentes do futebol brasileiro. Atualmente trabalhando no Santos, Mattos acumula ainda passagens por Vasco, Atlético-MG, América-MG, Palmeiras e Cruzeiro. No Furacão, chegou com pompas em 2022 e fez parte do plantel vice-campeão da Libertadores naquele ano. Porém, de maneira polêmica, deixou o clube no dia 11 de dezembro de 2023 para ir para o Vasco, não trabalhando no Rubro-Negro no ano do rebaixamento.

A reportagem procurou Alexandre Mattos para comentar sobre o assunto, mas até o momento não teve resposta.

Athletico, Coritiba e Paraná Clube: Paulo Miranda admite orgulho por ter jogado nos três grandes

Aos 51 anos, Paulo Miranda se orgulha de ser um dos únicos jogadores a vestir a camisa dos três grandes clubes da capital paranaense. Multicampeão por Paraná Clube (fazendo parte inclusive do time que dominou o estado nos anos 90) e Athletico (dentro e fora das quatro linhas), também teve uma passagem pelo Coritiba.

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Durante a entrevista, o ex-jogador citou o orgulho de ter feito parte da história do Trio de Ferro e, ainda que torcedor declarado do Furacão, não fecha portas para um trabalho profissional no Coxa e no Tricolor, no futuro.

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Pra mim, isso é uma honra. Ter jogado nos três é um sentimento de orgulho. Eu sou curitibano, sou paranaense. Eu ando pelas ruas e tem gente que me para e fala assim: “Fiquei com raiva de você quando você fez isso ou aquilo contra o meu time… mas eu ainda gosto de tu”. E é isso. É se sentir respeitado. Essa história não se apaga e, hoje, eu sou um homem do mercado. Por exemplo, não teria nenhum problema em trabalhar no Coritiba e no Paraná Clube“, revelou.

Uma nova vida e uma nova rotina: Paulo Miranda admite que tenta se adaptar a uma nova realidade

Paulo Miranda é, atualmente, o diretor de esportes do Colégio Dom Bosco, um dos mais renomados e conhecidos de Curitiba. Deixar os vestiários e a rotina dura do futebol para trabalhar com crianças e adolescentes não é, para ele, algo fácil. A explicação se dá por algo que Paulo precisou lidar quando era jovem: os sonhos.

Eu confesso que é tudo muito novo ainda. Quando eu deixei o Athletico, precisei de um tempo para ficar junto com minha família. Hoje, mudei a minha rotina, e, de uma certa forma, ainda lido com o esporte. Por mais que você represente uma imagem do esporte brasileiro dentro de um colégio, há uma pressão mental também porque, todos os dias, eu luto pelos sonhos deles. Eu, desde que deixei o Xaxim para morar em uma concentração, eu lido com sonhos e, ali, eu busquei mudar a minha vida, especialmente pelo aspecto mental. Foi ali que eu comecei a mudar e ter uma visão diferente da vida.

Paulo Miranda, ex-gestor desportivo do Athletico.
Paulo Miranda deixou o Furacão após a queda. Foto: José Tramontin/CAP