Oitavo colocado, o Athletico saiu na última rodada do grupo que se classificaria para a Libertadores ao ser derrotado pelo Coritiba na rodada passada. Embora esteja colado nos seus principais adversários, o Furacão terá que melhorar principalmente um fator se quiser seguir na disputa: a defesa.

O Rubro-Negro tem o oitavo melhor setor defensivo do Brasileirão, com 29 gols sofridos. Porém, é, ao lado do Fluminense, o terceiro pior entre os oito melhores colocados da tabela, à frente apenas de Flamengo (30) e Grêmio (32). Se levar em consideração apenas a ‘era Wesley Carvalho’, os números são piores.

O treinador comandou o time em 20 jogos em 2023, sendo 15 pelo Campeonato Brasileiro, três na Libertadores e dois na Copa do Brasil. Fazendo um recorte só do Brasileirão, nestes 15 duelos o Athletico passou sem ser vazado apenas em cinco deles. Nos outros dez, levou 15 gols. Ou seja, uma média de um gol sofrido por partida. No total, nos 20 jogos foram 23 gols marcados pelos adversários.

Bola aérea é o grande defeito do Athletico

Mais do que os gols sofridos em si, a forma como eles acontecem é a grande dor de cabeça. Especialmente as bolas aéreas. Dos 23 gols sofridos, dez foram em cruzamentos na área, ou 43,4% do total. No Atletiba, foi assim que saiu o segundo gol do Coritiba, quando Slimani ganhou de Thiago Heleno pelo alto e cabeceou para as redes de Bento.

Como um comparativo, no período em que Paulo Turra era o técnico nesta temporada, o Athletico levou, em 36 jogos, 31 gols, sendo apenas cinco com cruzamentos na área. Sinais de que a defesa, este ano, segue com problemas, uma vez que, no total, foram 54 gols sofridos em 56 compromissos, quase um por partida.

Mas a bola aérea voltou a incomodar o Furacão, que já tinha sofrido com isso em 2022, mesmo com zagueiros considerados altos à disposição. Na primeira metade de 2023, a dupla foi formada, na maioria das vezes, por Thiago Heleno, que tem 1,85m, e Pedro Henrique, com 1,88m. O segundo se lesionou e deu lugar a Cacá, que tem 1,87m.

Poucos jogos a defesa não sofreu gols

Se somar todas as competições, o Rubro-Negro ficou sem sofrer gols com Wesley Carvalho em apenas sete oportunidades. Além dos cinco jogos no Brasileirão, também não foi vazado duas vezes na Libertadores, na vitória por 3×0 sobre o Alianza Lima, pela última rodada da fase de grupos, e na vitória por 2×0 sobre o Bolívar, no compromisso de volta das oitavas de final, quando foi eliminado nos pênaltis.

Algo que precisa ser corrigido nessa reta final de temporada se o Athletico quiser alcançar seu objetivo. Na maioria das vezes, o ataque resolveu as falhas lá de trás, mas para estes próximos compromissos, o time não contará com o seu grande artilheiro, o atacante Vitor Roque, que rompeu os ligamentos do joelho. E no primeiro desafio sem o camisa 9, a equipe não conseguiu superar a pior defesa do Brasileirão, além de ter levado dois gols.

Lance de Coritiba x Athletico, pelo Brasileirão
No Atletiba, Thiago Heleno foi superado por Slimani pelo alto no segundo gol do jogo. Foto: Geraldo Bubniak/AGB