Nesta segunda-feira (11), a partir das 19h, o Athletico abre uma nova fase – e a mais ambiciosa – da “Era Petraglia”. O presidente Mário Celso Petraglia será reconduzido ao cargo, que ocupará oficialmente pela quinta vez, mas que já controla o Furacão desde 1995, com dois anos e uma semana de afastamento. Sem sucessor à vista, o dirigente decidiu o destino rubro-negro: a transformação total em empresa, mas de uma forma que mantenha o poder sob seu controle.

A consolidação da SAF do Athletico é a principal missão de Petraglia neste quinto mandato como presidente – os outros foram nos períodos 1995/97, 2002/03, 2012/16 e o atual, 2019/23. No restante dos anos de poder, ele foi diretor de marketing (entre 1998 e 2002) e presidente do Conselho Deliberativo (de 2004 a 2008 e de 2016 a 2019). Ele só ficou afastado quando o então mandatário Marcos Malucelli rompeu com ele, entre 2009 e 2011, e na renúncia de uma semana em 2002, quando esta manobra abriu o caminho para uma liderança totalmente centralizada.

Muitos dos aliados de primeira hora, que deixaram o Athletico em 2002, estão de volta. Em especial Ademir Adur e Ennio Fornea, que foram fundamentais na primeira fase de reconstrução do Athletico, período de construção da Arena da Baixada e do título brasileiro em 2001. Sozinho, Petraglia liderou o crescimento do Furacão e o salto para ser um dos principais clubes do País. Agora, ele reaglutina forças e fecha feridas do passado para colocar o Rubro-Negro entre os gigantes do continente.

Athletico: uma SAF diferente

Obstinado na profissionalização total do Athletico, Mário Celso Petraglia tem viagem marcada para os Estados Unidos, onde se reunirá com o Bank of America, responsável pela estruturação da SAF rubro-negra. O presidente pretende dar uma cartada decisiva – vender a maior parte da sociedade, mas continuar no controle. Isto porque, apesar de admitir que poderia negociar a parte majoritária da SAF, Petraglia sempre falou em uma continuidade do Furacão.

Isto pode representar uma negociação “tripartite”, com o clube tendo mais de sua metade das ações vendida, mas controlando a maior parte do bolo. Como o Athletico já tem acerto encaminhado com o novo CEO geral, Alexandre Leitão, que estava trabalhando nos EUA, tudo leva a crer que virá (ou virão) de lá o parceiro (ou os parceiros) da SAF do Furacão. E, com isso, Petraglia cumpriria o que ele diz ser seu “último ato”, mas seguindo como o comandante rubro-negro, como nos últimos 28 anos.

Mário Celso Petraglia, presidente do Athletico.
Como a nova gestão vai até 2027, Petraglia completará 32 anos no poder. Foto: Ernani Ogata/Código19